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COLUNA DO CALMON

Produção de veículos estagnou no primeiro trimestre de 2024

Aumento das vendas internas de veículos não surte efeito devido à queda das exportações e elevação das importações

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Exportação em baixa e importação em alta complicam produção de veículos no primeiro trimestre de 2024
Exportação em baixa e importação em alta complicam produção de veículos no primeiro trimestre de 2024 Foto: VW/Divulgação

De janeiro a março o Brasil fabricou 538 mil unidades entre veículos leves e pesados, um aumento simbólico de 0,4% em relação ao mesmo período de 2023. Independentemente da sazonalidade, o resultado não é bom, mas a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) espera recuperação nos próximos trimestres e manteve sua previsão de que 2024 apresentará crescimento de 6% sobre o ano passado.

A produção de veículo no Brasil não depende apenas das vendas internas (com alta de 9,1%) em razão do comportamento das exportações, que ficaram 28% menores no primeiro trimestre do ano. Também houve aumento das importações, apesar da greve do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) nos portos. No primeiro trimestre deste ano a participação de veículos do exterior no mercado brasileiro foi de 17,5%, a maior dos últimos quatro anos.

Sinal amarelo para os elétricos

Apesar da base comparativa muito baixa, os veículos elétricos puxaram a venda dos importados no primeiro trimestre, porém o ritmo pode diminuir em razão do aumento do imposto para modelos sem produção local. Até meados de 2026, a taxa atual de 15% estará em 35%. Por outro lado, esse fator tornará rentável a fabricação no Brasil mesmo que baterias e motores continuem vindo do exterior.

De janeiro a março ficou assim a distribuição (%) das vendas entre automóveis e comerciais leves:

  • Gasolina: 4,5%
  • Elétricos: 2,9%
  • Híbridos: 2,4%
  • Híbridos plugáveis: 2,1%
  • Flex: 78,1%
  • Diesel: 10%

Deve-se notar que os dois tipos de híbridos somados, 7.476 unidades no primeiro trimestre, ainda estão 22% acima dos 6.132 elétricos no mesmo período.

Os estoques totais nas fábricas e concessionárias atingiram 36 dias em março, contra 35 de fevereiro. Isso apesar de promoções e incentivos que estimularam a demanda, provocando estabilização ou até queda de preços em alguns modelos e versões.
Um estudo do Webmotors entre usuários da sua plataforma apontou que 83% dos entrevistados têm a intenção de comprar ou trocar de carro em 2024. Entre estes, 22% visam um modelo zero quilômetro, 60% um usado e 18% ainda estão em dúvida.