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Volkswagen Parati Surf: 10 fatos para quem quer a perua usada

Série emblemática da primeira geração da station-wagon foi reeditada e até virou versão de acabamento

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Em 2007, a Volkswagen ouviu a opinião de surfistas e entusiastas do esporte para definir o estilo do modelo
Em 2007, a Volkswagen ouviu a opinião de surfistas e entusiastas do esporte para definir o estilo do modelo Foto: Em 2007, a Volkswagen ouviu a opinião de surfistas e entusiastas do esporte para definir o estilo do modelo

Algumas séries especiais de carros marcam tanto que são repetidas. Ou vão além e viram versão de acabamento. Foi o que aconteceu com a VW Parati Surf, edição especial que pontuou a vida da inesquecível station wagon compacta.

A primeira vez que a Parati Surf surgiu foi ainda na primeira geração do modelo, a quadradinha. Como este carro virou item de colecionador, vamos focar em fases mais "recentes" desta série, e depois versão da perua. Confira agora 10 fatos marcantes sobre a Volkswagen Parati Surf.

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Linha 2010 da Parati Surf traz faróis auxiliares em destaque no para-choque dianteiro

1 - Trajetória da Volkswagen Parati

Primeiro vamos contar um pouco da gloriosa vida da Volkswagen Parati. A station wagon nasceu em 1982, como parte do Projeto BX, que originou Gol, Voyage e Saveiro.

A perua compacta começou com motor 1.5, mas logo ganhou o 1.6 do Gol. Durante os anos 1980, foi reestilizada e ainda teve versão topo de linha com motorização 1.8, a GLS.

No começo da década de 1990, a VW Parati experimentou o motor AE 1.6 e ganhou novo facelift. Em 1993, aderiu ao motor AP 1600 e, no ano seguinte, estreou pela primeira vez a série Surf.

Em 1996, a Volkswagen lançou a segunda geração da Parati, que seguiu as formas arredondadas do Gol Bolinha. Teve versão esportiva GTI, 1.0 16V e antes da virada do milênio debutou a configuração quatro portas, além de nova remodelação, batizada de G3.

Nos anos 2000 a Parati trouxe motores puramente a etanol, antes de virar flex. Foi na primeira década do século 21 também que ganhou versão Crossover para tentar brigar com a Fiat Palio Adventure. Em 2005, nova reestilização (G4).

Em 2007, a série Surf foi reeditada na Volkswagen Parati, com motores 1.6 e 1.8. Quatro anos depois, a mais famosa edição limitada da station – Parati Surf – ganhou espaço fixo na prateleira da marca alemã como versão de acabamento.

A Parati Surf foi a versão topo de linha dos últimos anos de existência da perua. No segundo semestre de 2012, a perua deixou de ser produzida em São Bernardo do Campo (SP), com 925 mil unidades feitas em 30 anos.

2 - A primeira VW Parati Surf

A primeira onda da Parati Surf ocorreu em 1994, dois anos antes da station wagon mudar de geração. A série especial chamava a atenção pelos detalhes no design e no acabamento, e foi vendida só na cor azul Havaí.

Capas dos retrovisores no mesmo tom, faróis de milha, grafismos que simulam ondas nas laterais e bagageiro no teto a deixavam invocada – e mais interessante que a GLS, a topo da linha Parati de então.

Por dentro, volante do Santana, alavanca de câmbio do Gol GTS e encostos de cabeça vazados. O motor era o 1.8 8V de 88cv e 14,7kgfm.

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Traseira da versão é mais limpa, com elementos discretos

3 - O retorno da maré

Em 2007, a Volkswagen resolveu relançar a série Parati Surf. No desenho, além dos adesivos com o nome da tiragem limitada e o traços que simulam uma onda, faróis de longo alcance com lentes escurecidas, molduras nos para-lamas, estribos decorativos e rodas de liga-leve pintadas de cinza e com aros de 15 polegadas.

Na cabine, a Volkswagen Parati Surf 2007 traz vários detalhes na cor prata. O tom aparece nas molduras do quadro de instrumentos e das saídas de ar-condicionado, nos botões dos faróis, da alavanca do freio de estacionamento e dos vidros elétricos, no volante, na manopla do câmbio e nas maçanetas das portas.

A Parati Surf foi vendida pela Volkswagen nesta época com suspensão elevada e em duas opções com motores AP flex: 1.6 e 1.8.

4 - A voz das ondas

A Volkswagen Parati Surf 2007 foi desenhada de acordo com opiniões de surfistas e entusiastas do esporte. A marca alemã fez uma pesquisa de mercado durante a etapa do Campeonato SuperSurf de 2007, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

5 – Série especial virou versão

Em 2011, a Volkswagen lançou a linha 2012 da perua com a Parati Surf efetivada merecidamente à versão dentro do portfólio do modelo. O acabamento interno da station-wagon compacta, como um todo, ficou discretamente mais caprichado nesta virada ano/modelo.

A opção “esportiva” recebeu novo revestimento dos bancos, em tear “alliou” e com tons acinzentados. Já as as molduras das saídas de ar adotaram a cor Shark silver, enquanto o quadro de instrumentos trazia novos grafismos.

Na derradeira linha 2013, mais novidades na Volkswagen Parati Surf: inéditas rodas de liga leve aro 15 polegadas na cor cinza e bordados com o nome da versão nos bancos dianteiros.

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Bancos com acabamento diferenciado e o nome da versão bordado no encosto

6 - Onda atrasada

A Parati, assim como sua variante Surf, não acompanhou a última renovação do Gol. A reestilização de 2005 seguiu o chamado Gol G4, mas em 2008 o hatch estreou sua terceira geração de fato, sobre a arquitetura PQ24 do Fox. A Parati, por sua vez, se manteve em linha com a plataforma AB9, do Bolinha.

7 – Desempenho da perua

Apesar de datados, não há do que reclamar dos motores da Volkswagen Parati. Como sempre nos conjuntos mecânicos dos carros da marca alemã, a força em baixos giros e o câmbio de relações curtas e engates precisos deixa até uma pacata perua familiar empolgante.

Com foco na Parati Surf 2007/2008, o motor “apezão” já flex dá mais do que conta do recado. Seja o 1.6 de 103cv (e)/101cv (g) e torque de 14,5kgfm (e)/14,2kgfm (g) a 3.000rpm (que perdurou até a última Parati), seja com o 1.8 de 106cv (e)/103cv (g) e 16kgfm (e)/15,5kgfm (g), também a 3.000rpm. Acelerações certeiras, carroceria firme e retomadas convincentes ditam a performance da station wagon.

8 - Equipamentos e conforto da Parati Surf

Só não se empolgue com este quesito. Apesar do porta-malas com 437 litros de capacidade e da carga útil de 450 kg, a Parati Surf é um projeto datado. O espaço interno é bem o de um compacto dos anos 1990 e o acabamento não tem nenhuma inspiração, como na maioria dos modelos VW dos anos 2000.

Em termos de equipamentos, a Parati Surf vem com o básico. Mesmo nas últimas versões de produção, é preciso procurar por exemplares equipados com os pacotes de opcionais oferecidos, que incluem ar-condicionado e som com CD Player.

9 – Uma ideia sobre a manutenção da perua

Além de ter uma legião de fãs, o motor AP é fácil de mexer e tem peças fáceis de encontrar. Veja o preço de alguns componentes da Volkswagen Parati Surf 2012/13.

  • Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 40 a R$ 75
  • Jogo com quatro velas de ignição: de R$ 70 a R$ 100
  • Bomba de combustível: de R$ 120 a R$ 250
  • Kit troca de óleo (4 litros 5w40 + filtro): de R$ 140 a R$ 260
  • Amortecedor traseiro: de R$ 250 a R$ 470 (par)
  • Para-choque traseiro: de R$ 450 a R$ 660
  • Farol direito: de R$ 220 a R$ 350

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Painel com grafismo diferente, com instrumentos analógicos e pequena tela digital

10 – Os principais problemas da Parati Surf

Donos das últimas levas da Volkswagen Parati com motor 1.6 relatam muitas falhas no propulsor devido a problemas nos bicos de injeção. Há relatos, inclusive, com necessidade de regulagem das peças ou mesmo troca a cada 5 mil quilômetros.

Fique atento também ao estado da correia dentada, que , segundo relatos, tem desgaste prematuro. Problemas no motor de arranque e defeitos no acabamento interno da Volkswagen Parati Surf também são comuns.

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