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Greenpeace faz ranking de descarbonização e Toyota se dá mal

Montadora japonesa ficou na última posição do Top 10 feito pela organização, mostrando falta de esforço para neutralizar as emissões de carbono

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General Motors foi a primeira colocada no Ranking do Greenpeace
General Motors foi a primeira colocada no Ranking do Greenpeace Foto: General Motors foi a primeira colocada no Ranking do Greenpeace

Maior movimento ambientalista do mundo, o Greenpeace produziu nesta semana um ranking que classifica as fabricantes de carros que mais se esforçaram pela neutralização das emissões de carbono. A General Motors liderou junto com a Mercedes-Benz, enquanto as japonesas Nissan, Honda e Toyota ficaram nas últimas posições.

Alguns dos parâmetros avaliados para a elaboração do ranking foram: o progresso na introdução de uma nova gama de carros elétricos; a descarbonização da cadeia de suprimentos; os investimentos em reciclagem de baterias e na eficiência dos recursos.

Chevrolet Bolt EV 2023 vermelho de frente em movimento
Chevrolet Bolt EV 2023 já foi lançado no Brasil (Imagem: Chevrolet/Divulgação)

O estudo foi feito levando em conta somente os automóveis 100% elétricos. Híbridos e outros veículos com motor a combustão interna não entraram no levantamento. Marcas com tradição elétrica, como a Tesla, também foram desconsideradas.

Confira o Top 10 feito pelo Greenpeace

PosiçãoMontadoraPontuação média
(total de 100)
Vendas de veículos zero emissão em 2021
1General Motors/Chevrolet38.58.18%
2 (?5) Mercedes-Benz37.03.82%
3 (?1) Volkswagen33.35.21%
4 (?4) Ford23.51.40%
5 (?1) Hyundai/Kia22.33.49%
6 (?3) Renault20.36.69%
7 (?2) Stellantis19.32.86%
8 (?3) Nissan13.42.20%
9 (?3)Honda12.80.35%
10Toyota10.00.18%
Fonte: Greenpeace

Apesar de ter um indicador considerado baixo pelo Greenpeace, a General Motors pontuou 38,5 de 100 e foi novamente a líder do ranking. A empresa, que investe bastante em produção de baterias, infraestrutura e em lançamentos, deixou de lado os veículos híbridos e agora concentra todos os seus esforços em veículos 100% elétricos.

Entretanto, a empresa ainda vende veículos movidos a combustíveis fósseis em níveis inadequados à quantidade definida pelo Acordo de Paris. No Brasil, após lançar o Bolt EV, a Chevrolet pretende trazer também o Blazer EV, Equinoex EV e a Silverado EV.

A Mercedes-Benz e a Volkswagen completam o pódio, ambas com mais de 30 pontos. A primeira tem meta de transformar até 2030 toda a frota em 100% elétrica, enquanto a segunda promete a construção de uma fábrica gigante de baterias.

Toyota amarga a última posição, mas pretende se recuperar

Apesar de ter popularizado a tecnologia híbrida no mundo com o Toyota Prius há mais de duas décadas, a montadora japonesa parou no tempo. Ela vem sendo cobrada há meses por acionistas pela demora em produzir novos veículos movidos exclusivamente a eletricidade.

Um deles é Brad Lander, acionista controlador na cidade de Nova York, que divulgou um comunicado criticando a atuação da empresa com relação à agenda ambiental: "Estamos extremamente preocupados que as atividades de lobby da Toyota estejam desalinhadas com as suas metas climáticas e sua estratégia de veículos elétricos", disse.

Maquete da Toyota que procura mostrar o novo padrão de modelos eletrificados da marca. Há vários veículos lado a lado que possuem formato pouco arredondado, com diferentes cores.
Toyota anunciou recentemente um novo plano para produzir híbridos e elétricos (Imagem: Toyota/Divulgação)

Em 2021, a Toyota recusou-se a aderir a uma promessa assinada por seis grandes montadoras, incluindo a General Motors e a Ford, de eliminar os carros movidos a combustíveis fósseis até 2040. A fabricante alegou que "nem todas as partes do mundo estariam prontas para fazer a transição até então".

Mesmo com esses problemas, a Toyota ainda tem grandes metas de descarbonização. Além do objetivo de produzir 3,5 milhões de unidades por ano até 2030, a multinacional japonesa vai construir uma fábrica exclusiva para a produção de eletrificados na Indonésia, com aporte de U$ 1,8 bilhão – o que equivale a R$ 9,4 bilhões.

Fonte: Reuters