Maior movimento ambientalista do mundo, o Greenpeace produziu nesta semana um ranking que classifica as fabricantes de carros que mais se esforçaram pela neutralização das emissões de carbono. A General Motors liderou junto com a Mercedes-Benz, enquanto as japonesas Nissan, Honda e Toyota ficaram nas últimas posições.
Alguns dos parâmetros avaliados para a elaboração do ranking foram: o progresso na introdução de uma nova gama de carros elétricos; a descarbonização da cadeia de suprimentos; os investimentos em reciclagem de baterias e na eficiência dos recursos.
O estudo foi feito levando em conta somente os automóveis 100% elétricos. Híbridos e outros veículos com motor a combustão interna não entraram no levantamento. Marcas com tradição elétrica, como a Tesla, também foram desconsideradas.
Confira o Top 10 feito pelo Greenpeace
Posição Montadora Pontuação média
(total de 100)Vendas de veículos zero emissão em 2021 1 General Motors/Chevrolet 38.5 8.18% 2 (?5) Mercedes-Benz 37.0 3.82% 3 (?1) Volkswagen 33.3 5.21% 4 (?4) Ford 23.5 1.40% 5 (?1) Hyundai/Kia 22.3 3.49% 6 (?3) Renault 20.3 6.69% 7 (?2) Stellantis 19.3 2.86% 8 (?3) Nissan 13.4 2.20% 9 (?3) Honda 12.8 0.35% 10 Toyota 10.0 0.18%
Apesar de ter um indicador considerado baixo pelo Greenpeace, a General Motors pontuou 38,5 de 100 e foi novamente a líder do ranking. A empresa, que investe bastante em produção de baterias, infraestrutura e em lançamentos, deixou de lado os veículos híbridos e agora concentra todos os seus esforços em veículos 100% elétricos.
Entretanto, a empresa ainda vende veículos movidos a combustíveis fósseis em níveis inadequados à quantidade definida pelo Acordo de Paris. No Brasil, após lançar o Bolt EV, a Chevrolet pretende trazer também o Blazer EV, Equinoex EV e a Silverado EV.
A Mercedes-Benz e a Volkswagen completam o pódio, ambas com mais de 30 pontos. A primeira tem meta de transformar até 2030 toda a frota em 100% elétrica, enquanto a segunda promete a construção de uma fábrica gigante de baterias.
Toyota amarga a última posição, mas pretende se recuperar
Apesar de ter popularizado a tecnologia híbrida no mundo com o Toyota Prius há mais de duas décadas, a montadora japonesa parou no tempo. Ela vem sendo cobrada há meses por acionistas pela demora em produzir novos veículos movidos exclusivamente a eletricidade.
Um deles é Brad Lander, acionista controlador na cidade de Nova York, que divulgou um comunicado criticando a atuação da empresa com relação à agenda ambiental: "Estamos extremamente preocupados que as atividades de lobby da Toyota estejam desalinhadas com as suas metas climáticas e sua estratégia de veículos elétricos", disse.
Em 2021, a Toyota recusou-se a aderir a uma promessa assinada por seis grandes montadoras, incluindo a General Motors e a Ford, de eliminar os carros movidos a combustíveis fósseis até 2040. A fabricante alegou que "nem todas as partes do mundo estariam prontas para fazer a transição até então".
Mesmo com esses problemas, a Toyota ainda tem grandes metas de descarbonização. Além do objetivo de produzir 3,5 milhões de unidades por ano até 2030, a multinacional japonesa vai construir uma fábrica exclusiva para a produção de eletrificados na Indonésia, com aporte de U$ 1,8 bilhão – o que equivale a R$ 9,4 bilhões.
Fonte: Reuters