Os veículos híbridos plug-in (PHEVs) emitem, em média, cinco vezes mais carbono (CO2) do que o estimado pelas fabricantes. Este, ao menos, é o resultado de uma ampla pesquisa feita pela organização Transport & Environment (T&E) e repercutida pelo site britânico "The Guardian".
O estudo testou aproximadamente 800 mil carros PHEVs de diferentes marcas na Europa. Na média, as fabricantes informam que os veículos emitem 28 gramas de CO2 por quilômetro (g/km), mas os testes mostram um valor bem maior, de 139 g/km.
Desta forma, o levantamento aponta que os automóveis com o sistema híbrido plug-in poluem apenas 19% a menos que os movidos a combustão. Oficialmente, as montadoras apontam para uma redução de até 75% na emissão de carbono.
Motivos
A pesquisa da T&E aponta três motivos para a diferença entre o informado pelas montadoras e a real taxa de polução. A primeira é que muitos condutores não recarregam regularmente seus veículos, usando quase sempre o motor a combustão, o que eleva o consumo de combustível e as emissões.
Além disso, segundo a estimativa da União Europeia (UE), os PHEVs rodavam 84% do tempo em modo elétrico. Porém, o levantamento mostra que apenas este índice está na casa dos 27%. Por fim, o motor a gasolina é acionado frequentemente em acelerações e altas velocidades, mantendo as emissões elevadas.
Consequências
Para os consumidores, a realidade pode ser contas de combustível mais altas e uma pegada de carbono maior. A T&E sugeriu que as famílias podem pagar 500 euros (R$ 3.100) a mais por ano do que pagariam se seus carros atingissem os números anunciados.
O estudo, ainda, afirma que as fabricantes podem ter evitado bilhões de euros em multas com a taxa de pegada de carbono estimada. Um dos autores da pesquisa, Yoann Gimbert, classificou o resultado como um "escândalo climático".
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