O CEO da Mercedes-Benz, Ola Källenius, se manifestou contra a lei aprovada pela União Europeia (UE) que determina o fim da venda de veículos a combustão até 2035. No entendimento do executivo, caso a norma não seja derrubada, a indústria automobilística na Europa pode colapsar.
"Precisamos fazer um teste de realidade. Caso contrário, estaremos indo a toda velocidade contra o muro", disparou o chefe da Mercedes, em entrevista concedida ao jornal alemão "Handelsblatt", nesta terça-feira (12).
Källenius diz não ser contra a transição para os veículos eletrificados. Entretanto, o CEO da Mercedes crê que, além de "quebrar" as principais montadoras da Europa, a medida incentivará uma corrida desenfreada pelos últimos modelos a gasolina e diesel nos anos que antecedem o corte de emissões.
"É claro que precisamos descarbonizar, mas isso precisa ser feito de forma tecnologicamente neutra. Não podemos perder de vista a nossa economia. Eu não estabeleceria uma data específica para a eliminação gradual da tecnologia de motores de combustão. Uma meta absoluta com prazo determinado e penalidades draconianas não ajudará", opinou.
O mandatário da Mercedes acredita que os consumidores devem ser incentivados a comprar veículos híbridos e elétricos de maneira natural. Para embasar sua opinião, Källenius se apoia aos resultados do mercado chinês.
"Veja a China. Lá, não há uma data para terminar esta questão, nenhuma proibição de qualquer tecnologia. Em vez disso, os preços baixos nos postos de recarga e as isenções fiscais oferecem fortes incentivos para a compra de carros totalmente elétricos", declarou.
Além de comandar a Mercedes, o empresário também é presidente da Associação Europeia da Indústria Automobilística (ACEA). Nas últimas semanas, ele e outros executivos vêm liderando a campanha pelo fim da lei aprovada na UE.
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