A BYD esperava iniciar a sua produção na fábrica de Camaçari, na Bahia, nesta quinta-feira (26). Porém, a data para a estreia da unidade foi adiada em quatro dias, ficando para a próxima terça-feira (1º de julho). A informação foi confirmada pelo diretor de Brand & Communications da marca, Pablo Toledo.
Em participação no evento realizado no Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (24), o executivo da BYD também confirmou que a empresa chinesa não produzirá apenas veículos no Brasil, mas também baterias de lítio.
Esta não é a primeira vez que a BYD prolonga a data de estreia da fábrica em Camaçari. Inicialmente, a marca esperava começar a produzir seus produtos em 2024. Além do atraso, algumas denúncias de abusos trabalhistas também marcaram a trajetória da construção da fábrica.
Segundo o vice-presidente da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, o plano segue de iniciar a produção local com o Dolphin Mini, já anunciado e formalizado para Camaçari, mas "podem haver mais surpresas".
Segundo o executivo, a fábrica já conta com 1.100 empregados somente na operação industrial, e que em breve, estarão contratando mais funcionários. Por falar nos funcionários, Baldy explicou que diversos deles já foram enviados para a China para participar de intercâmbio.
Como será a produção nacional?
Segundo Baldy, a produção nacional terá início no regime de skd, ou seja, com os veículos chegando da China semi desmontados, com a montagem acontecendo na planta da Bahia.
“Contratualmente temos 12 meses para poder fazer no regime produtivo de skd, e posterior a este momento será produção local, como assim é conhecido nos termos de classificação industrial no regime automobilístico. Atendendo ao contrato que temos com o governo da Bahia sobre o âmbito do incentivo fiscal regional do estado e ao contrato de incentivo federal, que permitiram a BYD ser competitiva. Para fabricar um carro longe do eixo, longe dos principais fornecedores de autopeças, os incentivos são necessários”, declarou o executivo.
Nos últimos meses, a BYD apresentou o pedido de redução tarifária na importação dos kits para produção em SKD e CKD. Hoje, para importar os kits para produzir um carro elétrico, os impostos são de 25% para produção SKD e 10% para CKD, e a BYD pede redução pela metade.
Para automóveis plug-in, as alíquotas são de 28% (SKD) e 14% (CKD), e de acordo com a Anfavea, a BYD busca reduzir a tarifa para 10% e 5%, respectivamente. Baldy afirma que para produzir um veículo no nordeste, ou seja, longe dos grandes centros de produção de autopeças, são necessários incentivos.
“O que foi solicitado é para que nós, nesse primeiro momento, tenhamos competitividade, um pouco de incentivos. Se a minha tributação de importação para o carro pronto for a mesma do carro semidesmontado, que vai gerar emprego [na montagem] e tem investimento de 1 bilhão e 400 milhões já materializado, não tem lógica optar pelo regime de skd. O pedido ainda não foi apreciado”, acrescentou o executivo.
- Acompanhe o VRUM também no Dailymotion e no YouTube!