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Por que a Volkswagen Amarok não mudou tanto no Brasil?

Picape permanece na primeira geração desde 2010 e teve seu último facelift bruto na cabine em 2016

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Por que a Volkswagen Amarok não mudou tanto no Brasil?
Por que a Volkswagen Amarok não mudou tanto no Brasil? Foto: VW/Divulgação

A Volkswagen Amarok foi lançada em maio de 2010 no mercado brasileiro, sempre com a missão de competir com pesos pesados do segmento, como a Chevrolet S10, Ford Ranger e Nissan Frontier, entre outras. Desde o lançamento no Brasil, teve um desempenho bem mediano, mas tem seu público próprio. Porém, com o passar dos anos, a falta de atualizações fez com que a picape perdesse bastante fôlego em relação aos concorrentes.

Isso ocorre porque a Amarok permanece na mesma geração há 14 anos, empurrando o passado apenas com facelift. A última reestilização grandiosa da Amarok foi feita no final de 2016. Desde então, a picape recebeu apenas atualizações pontuais, como o facelift lançado recentemente na última semana.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, na África do Sul, a Amarok passou por uma renovação completa em 2022. Isso porque em vez de um facelift, a VW lançou a nova geração da picape, que é vendida em mercados como Europa e Austrália, além da própria África do Sul, e foi construída sobre uma plataforma totalmente nova, compartilhada com a Ford Ranger.

Volkswagen Amarok 2022 de frente
Por que a Volkswagen Amarok não mudou tanto no Brasil? Foto:

Isso ocorreu, graças a parceria entre a Volkswagen e a Ford em 2019, em que ambas montadoras construíram alguns veículos em parceria, a marca alemã mais focada em veículos elétricos, veículos de carga e transporte de passageiros como o Ford Transit, enquanto a Ford ficaria à frente da produção das novas gerações da Ranger e da Amarok. O nome que se deu a esse projeto das picapes ficou conhecido como Projeto Cyclone.  

Esse projeto então foi aproveitado pela parceria estratégica firmada entre as duas empresas. Ao invés de investir sozinha em um projeto totalmente novo, a Volkswagen decidiu compartilhar os custos e esforços com a Ford, que assumiu a liderança no desenvolvimento técnico das picapes, enquanto a VW também injetou recursos para compartilhar componentes e tecnologias entre os dois modelos.

Mas por que essa nova geração não chegou à América do Sul? O primeiro motivo está nos custos de produção e na viabilidade de mercado. Desenvolver uma Amarok global exigiria um investimento bem alto, algo que a Volkswagen não estava disposta a fazer.

A Amarok é produzida em apenas dois locais no mundo: na planta de Silverton, na África do Sul, e na fábrica de General Pacheco, na Argentina. Na Argentina, a fábrica da Volkswagen fica ao lado da planta da Ford, separadas apenas por um muro. Nessa fábrica da Ford, é produzida a Ranger, que é vendida em nosso mercado.

Volkswagen anuncia início da produção da Amarok 2025 na Argentina; picape ganhou reestilização.
Por que a Volkswagen Amarok não mudou tanto no Brasil? Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

Com essa proximidade, seria tecnicamente viável para a Volkswagen produzir a nova geração da Amarok na Argentina, aproveitando a mesma linha de produção da Ranger e apenas por compartilhar os componentes, como já ocorre na África do Sul. 

Porém, houve um problema nessa parceria bem aqui na América do Sul entre as montadoras, já que a ideia principal era também fazer a nova geração por aqui. A escolha de não produzir a nova geração da Amarok na Argentina, onde também é produzido o Taos, foi resultado de uma série de fatores. Entre eles, destacam-se os altos custos, mas principalmente a disputa entre Ford e Volkswagen sobre onde o modelo seria fabricado. 

A Ford queria que a nova Amarok fosse produzida em sua fábrica ao lado da Ranger, na mesma linha de produção, mas a Volkswagen acabou decidindo não seguir esse caminho. Com isso, houve discussões entre as empresas para resolver o que de fato iria acontecer, já que a VW não queria tirar a Amarok de sua linha de produção e ficar apenas com o Taos. No final da história a Ford não aceitou mais fazer a Amarok em sua linha de produção.

Para economizar e sem muitas escolhas, a VW optou por um facelift econômico na fábrica argentina, o que manteve a Amarok na linha de produção. No entanto, era esperado que a marca alemã introduzisse mais novidades na picape, especialmente no interior. Porém, isso ficou longe de acontecer.

Esse facelift na América do Sul trouxe algumas mudanças mínimas, como uma nova tela central Composition Touch e pequenas alterações no design exterior, mas nada que mudasse de fato a picape, como vimos, por exemplo, com o facelift profundo que a Chevrolet fez com a S10. 

O presidente da Volkswagen América do Sul, Ciro Possebon, chegou a afirmar que a Amarok atual ainda "tem muita lenha para queimar", destacando que o modelo, apesar de antigo, ainda é relevante no mercado local. Na Argentina, a Amarok é a segunda mais vendida, atrás apenas da Toyota Hilux. 

Porém, a falta de mudanças profundas na versão sul-americana da picape gerou insatisfação entre os consumidores, que esperavam mais, considerando o tempo desde a última grande atualização em 2016.

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Por que a Volkswagen Amarok não mudou tanto no Brasil? Foto: Volkswagen convoca recall para Amarok e Tiguan no Brasil

Apesar de ser um projeto com mais de uma década, a Amarok ainda possui pontos fortes que agradam muitos motoristas. A ergonomia e o conforto ao dirigir continuam sendo um dos destaques, especialmente com a introdução dos novos bancos neste novo facelift.

O motor 3.0 V6 biturbo de 258 cv e 59,1 kgfm de torque, aliado ao câmbio automático de oito velocidades, também oferece um desempenho que se diferencia das demais, além de ter uma dirigibilidade bem estável, tanto em estradas quanto em curvas.

No entanto, a Amarok também mostra sua idade em termos de plataforma e equipamentos, ficando bem atrás de concorrentes mais modernos. 

Mesmo assim, a Volkswagen fez algumas melhorias em termos de segurança, como a introdução do SaferTag, uma pequena tela que exibe alertas de segurança como saída de faixa e colisão frontal, embora não interfira na condução. Além disso, a adição de airbags de cortina eleva o número total para seis.

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