O dia de ontem foi marcado por um grande desconforto a respeito da entrada da locadoras de veículos na disputa pelos R$ 500 milhões em benefícios para a compra do chamado carro popular. Não é por menos, já que a entrada desses players iria acabar em um par de dias com os R$ 180 milhões que ainda restam, para o descontentamento do cliente pessoa física.
Porém, no fim da tarde de ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) estendeu o período de exclusividade de acesso ao programa do carro popular para a pessoa física por mais 15 dias, afastando de vez as locadoras de veículos desses 36% do montante inicialmente disponibilizado para a compra de automóveis.
Locadoras têm enorme poder de compra
Antes mesmo da Medida Provisória 1.175 entrar em vigor já havia uma apreensão quanto à participação das locadoras de veículos no programa do carro popular. O temor vinha principalmente por parte dos concessionários, que tinham medo de ficar de fora porquê a negociação com esses grandes tubarões são feitas diretamente com os fabricantes, na modalidade de vendas diretas.
Nos últimos anos, as locadoras têm atuado de forma voraz no mercado automotivo brasileiro. No ano passado, essas empresas compraram cerca de 600 mil veículos, aproximadamente 30% dos automóveis emplacados no Brasil. Com tanto poder de compra, esses tubarões conseguem negociar bons preços na aquisição de veículos. Ainda assim, estavam de olho no desconto oferecido pelo programa do carro popular.
Linha do tempo do programa do carro popular
O programa do carro popular foi lançado no dia 5 de junho. De acordo com as regras iniciais, nos 15 primeiros dias o benefício estava disponível apenas para pedidos de pessoa física. A princípio, as locadoras de veículos poderiam entrar no jogo a partir de hoje (21).
Porém, uma Portaria do MDIC assinada no fim da tarde de ontem (20) estendeu o prazo de exclusividade para a pessoa física por mais 15 dias, afastando as locadora do jogo. De acordo com a pasta, já foi apurado que R$ 320 milhões do benefício concedido para a compra de automóveis já foi consumido, o que corresponde a 64% do montante.
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