O novo plano do governo federal de incentivo à indústria automotiva destinou R$ 500 milhões como créditos fiscais às montadoras, que trariam de volta os então “carros populares”. E pelo visto, o programa está dando realmente certo. Diversos descontos nos preços dos carros já foram anunciados, somando R$ 300 milhões, o que representa 60% do teto disponível.
O marco foi alcançado no sábado (17) – exatos 12 dias após o lançamento do programa dos carros populares, 5 de junho. Naquele momento, a expectativa era de que o aporte durasse até quatro meses. No entanto, com o rápido andamento das reduções, este prazo foi reduzido para 30 dias.
Até a última atualização divulgada no balanço do governo, 266 versões e 32 modelos de carros populares haviam entrado no esquema dos descontos. Ao todo, são nove as montadoras que promoveram reduções.
Os descontos patrocinados pelo governo para os carros populares vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, mas, em alguns casos, eles alcançaram valores maiores em função de bônus adicionais oferecidos pela própria fabricante e/ou por condições especiais das concessionárias.
As empresas podem pedir mais recursos na medida em que usarem os montantes solicitados até que o teto dos R$ 500 milhões disponíveis se esgote. E depois? O programa do carros popular será prorrogado ou não?
Programa do carro popular não deve ser prorrogado
Na reunião ministerial realizada na última quinta-feira (15), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), apresentou os resultados do programa de redução tributária para carros populares, ônibus e caminhões.
Segundo relatos de alguns participantes, na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria brincado com o Alckmin, pedindo para ele "já ir avisando a Fernando Haddad (ministro da Fazenda) que querem prorrogar o incentivo, porque está um sucesso".
No entanto, oficialmente falando, o governo federal, pelo menos até agora, nega qualquer intenção de prorrogar o programa dos carros populares – e, logo, de aumentar os recursos disponibilizados às montadoras.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou à imprensa, após o encontro, que isso "não é plano do governo".
"Ele fez uma brincadeira, quando foi feito o relato pelo Alckmin de que o programa estava tendo um sucesso absoluto. Ele fez uma brincadeira, mas não está no planejamento do governo".
Rui Costa, ministro da Casa Civil
(Com Folha Press).
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