A bateria é um dos componentes mais importantes do sistema elétrico do carro. A função desse item é armazenar energia sob forma química e distribuí-la para para diversos equipamentos, como faróis, aparelho de som, motor de arranque e limpadores de para-brisa, entre outros.
Por isso, quando a bateria tem algum problema ou chega ao fim da vida útil, o funcionamento de todo o carro fica comprometido. Geralmente, o motorista sequer consegue dar a partida no motor. Por isso, o VRUM fez um compilado de tudo o que você precisa saber sobre esse componente tão importante. Confira!
Quanto tempo dura a bateria de um carro?
A bateria é um daqueles componentes do carro que sofrem desgaste natural. Isso significa que, ao fim da vida útil, essa peça precisa ser trocada. O caso é que a durabilidade pode variar bastante, em decorrência de uma miríade de fatores.
Entre os fatores que influenciam na durabilidade, está a temperatura: em épocas de frio, a bateria é mais requisitada e, ademais, ocorre uma retração das peças internas, o que gera uma sobrecarga de calor. Por outro lado, temperaturas muito altas também são prejudiciais, pois modificam as reações químicas, o que acelera o processo de corrosão das ligas de chumbo.
De acordo com a fabricante de baterias Moura, a vida útil, em média, é de dois ou três anos. Porém, esse prazo pode ser até duas vezes maior: não é tão raro encontrar casos de componentes que duraram em torno de seis anos.
Porém, cabe ressaltar que esse período também pode ser bem menor, principalmente se houver algum problema no sistema elétrico do veículo. Sujeira nas conexões e defeitos no sistema elétrico do carro, como fugas de corrente ou mau-funcionamento do alternador, reduzem significativamente a vida útil da bateria.
Outro ponto importante é que a bateria de um carro que roda regularmente tende a durar mais que a de um similar que passa muito tempo parado. Isso porque, mesmo quando o veículo está desligado, há um consumo passivo de energia. Consequentemente, a peça sofre maiores variações de carga, o que desgasta mais rapidamente as células internas.
Assista ao vídeo e confira algumas dicas para otimizara durabilidade da bateria do carro!
- Assista mais vídeos no canal do VRUM no YouTube!
A bateria do carro está durando muito pouco?
Se o carro tiver um histórico de baixa durabilidade da bateria, existem três possibilidades. A primeira é a de que haja algum problema no sistema elétrico. Pode ser o alternador, que não está conseguindo recarregar esse componente do modo apropriado. Ou então, pode existir uma fuga de corrente em algum equipamento, fazendo-o consumir carga indevidamente.
Outra possibilidade é de que o motorista tenha maus hábitos, que acabam fazendo com que o consumo de carga seja maior que o normal. Eis algumas ações que costumam encurtar a vida útil da bateria do carro:
- Instalar equipamentos incompatíveis com o sistema elétrico do veículo.
- Deixar o carro sem uso por longos períodos.
- Esquecer luzes, som ou equipamentos elétricos ligados ao sair do carro.
- Ligar com frequência luzes, som ou equipamentos elétricos sem dar a partida no motor.
- Manter com frequência a chave posicionada no primeiro estágio da ignição, que deixa o motor desligado e o sistema elétrico acionado.
- Lavar o motor do carro com frequência pode expor as conexões à umidade: esse procedimento só deve ser realizado em caso de grande necessidade, com atenção ao isolamento dos terminais elétricos.
Por fim, ainda há a hipótese de o proprietário não ter comprado baterias compatíveis com o modelo do carro no passado. O ideal é consultar o manual do veículo e seguir à risca a especificação prescrita por ele. Saiba mais sobre como escolher esse componente logo abaixo.
Como escolher uma bateria para o carro?
O VRUM já fez uma matéria detalhada, explicando como escolher uma bateria para o carro. Porém, os principais aspectos se observar são os seguintes:
- Amperagem: o comprador deve seguir capacidade nominal da peça, medida em amperes por hora (Ah), prevista pelo fabricante do veículo; a instalação de componentes com amperagem tanto maior quanto menor que a determinada trará problemas.
- Tipo de bateria: carros comuns quase sempre usam componentes convencionais, do tipo SLI. Porém, modelos equipados com sistema start-stop (que desliga e religa automaticamente o motor em paradas rápidas) demandam similares mais sofisticados, dos gêneros EFB ou AGM.
- Dimensionamento: existem baterias de características técnicas iguais, mas com dimensões externas distintas. O posicionamento dos pólos também varia. Por isso, o comprador deve se certificar que o componente ficou perfeitamente encaixado ao suporte e aos terminais após a instalação.
- Marca: dê preferência a fabricantes com boa reputação no mercado e a produtos com prazos de garantia mais longos, de pelo menos um ano.
No caso da aquisição de uma bateria comum, do tipo SLI, o comprador pode ainda optar entre peças seladas e não-seladas. As primeiras não demandam qualquer tipo de manutenção, enquanto as segundas exigem que o proprietário complete o nível interno de água.
Qual o preço de uma bateria de carro?
Os preços de uma bateria para carro podem variar bastante. Um componente não-selado, do tipo SLI, de 45Ah, pode custar cerca de R$200. Já o valor de uma bateria selada de 60Ah costuma superar a casa dos R$300.
As peças mais caras são as destinadas a carros equipados com sistema start-stop. Uma bateria de 60Ah do tipo EFB não costuma sair por menos de R$600. Já um componente do tipo AGM, que é o mais sofisticado, supera facilmente a barreira dos R$1.500.
Luz da bateria: por que ela acende?
Curiosamente, a luz do painel que mostra o ícone de uma bateria não indica, necessariamente, uma falha nessa peça. Quando o alerta se acende, é sinal de que há problemas em alguma parte do sistema elétrico do veículo.
Desse modo, o defeito tanto pode estar na própria bateria quanto algum outro componente. É comum que a falha seja o rompimento da correia que movimenta o alternador, ou então que tenha ocorrido algum problema com o próprio alternador. Se isso ocorrer, a bateria não vai recarregar enquanto o motor estiver em funcionamento.
Outra possibilidade é a que algum dos cabos da bateria tenha se soltado ou se rompido. E ainda há a hipótese, menos comum, de que a falha decorra do painel de instrumentos, fazendo com que a luz fique acesa indevidamente.
Seja como for, o motorista deve procurar um reparador rapidamente. Quando a luz se acende no painel, é provável que a bateria fique sem carga em breve.
A bateria do carro arriou: e agora?
Tentar dar a partida e ser impedido devido à falta de carga da bateria é uma situação incômoda pela qual vários motoristas já passaram. Apesar do transtorno, o motorista deve manter a calma e não tentar fazer o motor "pegar no tranco", manobra que consiste em empurrar o veículo, engatar a primeira ou a segunda marcha e aproveitar o movimento das rodas motrizes para dar a partida.
Em automóveis antigos, não havia grandes problemas em fazer o motor "pegar no tranco". Entretanto, nos modelos atuais, essa manobra pode trazer prejuízos. Primeiramente, existe a chance de que combustível não queimado atinja o catalisador, inutilizando essa peça. Ademais, a correia de sincronização pode pular alguns dentes. Por fim o sistema de injeção eletrônica também correrá riscos.
Como saber se a vida útil da bateria chegou ao fim?
O próximo passo é verificar se a bateria do carro chegou ao fim da vida útil ou pode passar por um processo de recarga. Uma checagem precisa deve ser feita com um um voltímetro, por um técnico em elétrica de automóveis. De quebra, esse teste indicará se o alternador do veículo está funcionando corretamente, ou se alguma falha nesse componente está impedindo a geração de corrente.
Contudo, o próprio motorista pode observar alguns pontos, que ajudam a indicar se a bateria deve ser descartada. Confira o passo a passo:
- Dificuldade para dar a partida: se o motor de arranque estiver funcionando devagar ou com dificuldade, possivelmente a bateria não está mais armazenando carga.
- Funcionamento dos equipamentos elétricos: quando a corrente elétrica está fraca, os faróis iluminam com menos intensidade; geralmente, a luz oscila, ficando mais forte quando o motorista acelera. Os vidros elétricos também costumam subir com maior dificuldade.
- Visor da bateria: o indicador de carga é um orifício em formato circular posicionado na própria bateria. Quando o componente está em boas condições, o visor fica verde e emite um discreto brilho; se estiver preto, é sinal de falta de carga. Essa segunda hipótese pode indicar tanto o fim da vida útil quanto um descarregamento severo.
Assista ao vídeo e aprenda a reconhecer 4 sinais de que a bateria do carro chegou ao fim:
- Acompanhe o VRUM também no Dailymotion!
Caso seja necessário substituir a bateria do carro, o proprietário não deve descartá-la sem os devidos cuidados. Isso, porque no interior da peça há ácidos, metais pesados e outros componentes que podem poluir o solo, a água e ainda causar danos a saúde. Componentes velhos devem ser encaminhados a pontos de recolhimento: geralmente, as lojas credenciadas já fazem isso na troca por um similar novo.
Carregador de bateria de carro funciona?
Sim! De acordo com Luiz Fernando da Cruz, engenheiro de Produtos da Clarios, fabricante das baterias Heliar, o componente pode descarregar se o carro permanecer por períodos prolongados sem funcionar, ou ainda se o proprietário esquecer algum equipamento ligado. Nesses casos, uma recarga deve resolver.
Uma maneira de realizar esse procedimento é recorrer a um carregador de baterias. Esse equipamento tem diferentes modelos, mas o princípio de funcionamento é o mesmo: ele deve ser conectado aos pólos do componente e à rede elétrica da garagem. O processo, porém, demora várias horas.
Existem também bancos de carga, também chamados de jump starters. Nesse caso, o equipamento é que deve ser recarregado na tomada e, posteriormente, conectado à bateria do carro. O objetivo é apenas o de dar a partida no motor: daí em diante, o próprio alternador desempenhará a função de recarregar o componente.
Como fazer uma "chupeta" na bateria?
Outra possibilidade é fazer um enxerto, procedimento popularmente conhecido como "chupeta". Tal ação consiste em conectar a bateria à de outro carro, por meio de cabos. Trata-se de um ato simples, mas a execução precisa ser prefeita: o motorista não pode, em hipótese alguma, inverter as polaridades. Se isso ocorrer, haverá um curto-circuito, com grande risco de incêndio. Confira o passo a passo:
- Posicione um carro com bateria em boas condições próximo ao que está "arriado".
- Mantenha o motor ligado e certifique-se que todos os equipamentos elétricos (como faróis e aparelho de som) estão desligados.
- Primeiramente, conecte as extremidades negativas do cabo de enxerto, de cor preta, aos pólos correspondentes das duas baterias (identificados pelo sinal "-").
- Em seguida, repita o procedimento com as extremidades positivas do cabo de chupeta, de cor vermelha, e os pólos correspondentes ("+"); preste muita atenção para não inverter os terminais.
- Dê a partida no carro que está com a bateria arriada.
- Desconecte primeiro o cabo preto e, depois, o vermelho, sem encostar um no outro.
- Dê uma voltinha de pelo menos 20 minutos com o carro que precisou da "chupeta", para que o alternador recarregue a bateria.
É importante salientar que a recarga só é possível se a bateria não tiver esgotado o período de vida útil. O especialista da Clarios explica que quando o material ativo, necessário para a reação eletroquímica, chega ao fim do ciclo, não é mais possível fazer esse processo.
Quando isso ocorre, o motorista pode até dar a partida no motor, por meio da carga do jump starter ou de um enxerto, mas a bateria não será capaz de se manter carregada. Nesse tipo de situação, a única solução é providenciar a troca do componente.
Como limpar o zinabre da bateria?
O zibabre, também chamado de azinabre, é uma crosta esverdeada que pode se formar nos terminais da bateria do carro. Ela decorre das reações químicas entre três elementos: ácido sulfúrico (presente no interior do componente), oxigênio (do próprio ar) e cobre (que compõe a liga metálica dos pólos da peça).
Como o zinabre é consequente de um processo de oxidação, baterias de carros que circulam por regiões litorâneas estão mais sujeitos à formação dessa crosta. Isso porque, nesses locais, o ar tem mais umidade e também partículas de sal vindo do oceano.
O fabricante de baterias Moura recomenda a limpeza do zinabre de duas maneiras: com uma solução de água e álcool isopropílico ou bicarbonato de sódio ou simplesmente com água quente. Em ambos os casos, antes de aplicar os elementos, é preciso desconectar os cabos dos terminais.
Há problema em desconectar a bateria?
Mesmo quando o carro está desligado, a bateria continua alimentando alguns sistemas eletrônicos do carro. Quando se desconecta o componente, toda a programação eletrônica fica desconfigurada: o relógio de horas para de funcionar, o sistema de som perde a memória, entre outros inconvenientes. Quanto mais sofisticado for o veículo, mais equipamentos sofrerão tais problemas.
Por isso, não se recomenda desconectar os cabos da bateria do carro durante o uso normal. Porém, em algumas situações específicas, esse procedimento pode ser útil: caso o proprietário faça uma viagem longa de deixe o carro parado por vários dias na garagem, por exemplo, acaba valendo a pena fazer o desligamento.
Nesse caso, o proprietário deve desconectar unicamente o cabo do pólo negativo da bateria, identificado pela cor preta e pelo sinal "-". As desconfigurações ocorrerão, mas esse inconveniente é menor do que não conseguir dar a partida no motor por falta de carga.