Akio Toyoda, presidente do conselho da Toyota, chamou atenção ao aparecer com uma camiseta de Trump e Vance e um boné “Make America Great Again” durante um evento da NASCAR no Fuji Speedway. A escolha do visual, incomum para um executivo de uma empresa global, repercutiu rapidamente e reacendeu discussões sobre o envolvimento político de grandes empresas.

O evento foi promovido pela Automobile Business & Culture Association of Japan, organização liderada pelo próprio Toyoda. Entre os convidados estava o embaixador dos Estados Unidos no Japão, George Glass, que adotou um traje discreto e contrastante com o do executivo japonês. Nas redes sociais, o diplomata publicou registros da corrida e ressaltou a importância da celebração da cultura automobilística.

Antes da corrida, Toyoda disse não querer discutir se tarifas comerciais são positivas ou negativas. Segundo ele, é natural que países tentem proteger suas indústrias e a Toyota busca maneiras de transformar as tarifas em algo vantajoso para todas as partes, especialmente para os consumidores.

A fala ocorre em um momento em que a Toyota e a Lexus reajustam preços no mercado norte-americano. O Lexus GX 2026 teve um aumento de 750 dólares sem receber melhorias e a nova geração do Toyota 4Runner pode ficar até 1.000 dólares mais cara. O contraste entre o discurso de proteção ao consumidor e as altas recentes fez crescer o debate nas redes sociais. Alguns usuários declararam que não comprariam veículos da marca e pediram que a empresa mantenha distância de manifestações políticas.

A polêmica coincide com o anúncio de um novo pacote de investimentos de 10 bilhões de dólares da Toyota no mercado norte-americano. Com isso, o aporte total da companhia no país deve chegar a quase 60 bilhões. O governo norte-americano afirmou que a fabricante pretende exportar veículos produzidos nos Estados Unidos para o Japão e abrir sua plataforma de distribuição no mercado japonês para marcas americanas. O governo também informou que o Japão passará a permitir a venda de carros fabricados nos Estados Unidos e de modelos certificados pelos padrões de segurança americanos sem a exigência de testes adicionais.