A General Motors anunciou que lançará em 2028 seu primeiro veículo com tecnologia de condução autônoma de Nível 3, e o modelo escolhido para estrear o sistema será o Cadillac Escalade IQ, SUV elétrico de luxo que marca a nova fase tecnológica da marca.
Com o novo sistema, o veículo será capaz de dirigir sozinho em rodovias mapeadas dos Estados Unidos, permitindo que o motorista retire as mãos do volante e desvie o olhar da pista, algo inédito na linha da GM. A fabricante afirma que a tecnologia atuará apenas sob condições ideais, dentro de áreas geográficas específicas e com monitoramento constante dos sensores.
O Escalade IQ contará com câmeras, radares e sensores LiDAR redundantes, combinados por meio de um sistema de fusão de sensores para garantir leitura precisa do ambiente. Quando o modo autônomo estiver ativo, uma faixa de luz azul-turquesa no painel e nos retrovisores externos indicará o funcionamento “hands-free, eyes-off”.
A GM também revelou uma nova arquitetura eletrônica para suportar o sistema, composta por uma central única com refrigeração líquida e rede Ethernet automotiva — substituindo dezenas de módulos e quilômetros de cabos. De acordo com a empresa, essa plataforma oferece mil vezes mais largura de banda, 35 vezes mais desempenho de inteligência artificial e dez vezes mais capacidade de atualizações remotas.
Durante o evento “GM Forward”, em Nova York, a CEO Mary Barra afirmou que a companhia está “construindo o futuro da mobilidade com base em software e automação, não apenas em eletrificação”. O anúncio acontece em meio a um cenário de ajuste na estratégia de veículos elétricos da marca, que perdeu temporariamente o crédito fiscal federal de US$ 7.500 para alguns modelos.
A estreia da GM no Nível 3 representa um avanço em relação ao atual sistema Super Cruise, disponível em modelos da Cadillac, Chevrolet e GMC, que opera em Nível 2 — exigindo atenção constante do motorista. No novo patamar, o veículo assume o controle total em determinados contextos, mas ainda solicita que o condutor reassuma quando necessário.
Por enquanto, o sistema será restrito ao mercado norte-americano, onde as rodovias já estão mapeadas e a legislação permite testes de condução autônoma. No Brasil, a chegada de tecnologias como essa ainda depende de regulamentação específica e infraestrutura adequada, o que deve adiar sua adoção por alguns anos.
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