O governo do México anunciou uma forte medida protecionista contra veículos e autopeças importados de países sem acordo comercial, com foco direto na China e suas principais montadoras: BYD e Geely. A partir de agora, a tarifa de importação para automóveis, componentes e aço será elevada de 20% para 50%, em uma tentativa de preservar empregos e fortalecer a indústria nacional.
Segundo o secretário de Economia, Marcelo Ebrard Casaubon, a decisão faz parte de um pacote que abrange mais de 1.463 categorias de produtos, incluindo também eletrônicos, móveis e brinquedos. O objetivo é conter práticas de “dumping”, em que empresas estrangeiras vendem produtos a preços muito abaixo do mercado, prejudicando a competitividade das fábricas locais.
A medida mira principalmente os fabricantes chineses, que têm ampliado rapidamente sua presença no mercado latino-americano com modelos de baixo custo. Além da China, países como Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia também poderão ser afetados pela tarifa caso exportem para o México sob condições consideradas desleais.
O governo mexicano estima que a iniciativa pode proteger cerca de 320 mil empregos diretos ligados à indústria automotiva e de autopeças. Apesar disso, analistas apontam que os consumidores poderão sentir os efeitos no bolso, já que veículos importados devem ficar mais caros no país.
Com essa decisão, o México reforça sua estratégia de privilegiar parceiros com os quais mantém acordos de livre comércio, como os membros do USMCA (Estados Unidos e Canadá), e tenta conter a ofensiva das marcas chinesas no setor automotivo regional.
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