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Corte de verba desliga radares e preocupa motoristas nas rodovias federais

Falta de R$ 43,3 mi suspende fiscalização; risco de mais acidentes preocupa

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Radares de velocidade
Radares de velocidade Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A partir de 15 de agosto, parte dos radares de controle de velocidade instalados em rodovias federais foi desligada devido a um corte de R$ 43,3 milhões no orçamento do Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV). A medida, anunciada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), preocupa especialistas, que estimam aumento de até 10% nos acidentes graves nos próximos três meses.

Entre as rodovias afetadas estão trechos da BR-101 no Espírito Santo e Bahia, da BR-116 em Minas Gerais e Rio de Janeiro e da BR-040 no Distrito Federal e Minas Gerais. Os equipamentos faziam parte de contratos de manutenção e operação que agora estão suspensos parcialmente por falta de recursos.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), acidentes de trânsito no Brasil geram custo anual de aproximadamente R$ 22,6 bilhões, somando despesas médicas, previdenciárias e perdas de produtividade. Estudos internacionais e nacionais indicam que a fiscalização eletrônica pode reduzir em até 25% o número de acidentes fatais. O próprio DNIT aponta que, entre 2010 e 2015, o PNCV contribuiu para a queda de 30,6% no total de acidentes e 20,8% nos casos fatais nas rodovias federais.

O órgão alerta que a suspensão compromete metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans) e compromissos internacionais assumidos pelo Brasil em segurança viária. Já associações de caminhoneiros e grupos de motoristas criticam o caráter arrecadatório dos radares e defendem que investimentos em engenharia viária e melhoria da sinalização seriam alternativas mais eficazes.

O Ministério dos Transportes informou que estuda um remanejamento de verbas até outubro para tentar restabelecer a operação. Se não houver recomposição orçamentária, a desativação poderá ser ampliada gradualmente até dezembro, atingindo mais pontos de fiscalização no país.