A BYD oficializou nesta semana o início das obras no complexo de Camaçari, na Bahia. O local é o mesmo que antes era usado pela Ford e encerrou a operação em 2021.
O evento contou com a presença de autoridades locais, como o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano. Além deles, estiveram pela montadora a vice-presidente executiva global da BYD, Stella Li, e vice-presidente sênior da companhia para o Brasil, Alexandre Baldy.
Segundo Stella Li, a fábrica é um marco no país e projeta que no futuro a “Bahia será o Vale do Silício da América do Sul”, em referência à região localizada no norte da Califórnia, nos Estados Unidos, conhecida mundialmente como o maior polo de inovação e tecnologia do mundo, que abriga gigantes da tecnologia como Apple, Google, Meta e muitas outras.
A comparação aponta para a ambição da companhia em transformar a região nordestina em um polo de inovação, tecnologia e sustentabilidade.
“Estamos transformando Camaçari em uma potência para o futuro. Esse complexo fabril representa uma vitória da inovação, da sustentabilidade e da confiança no Brasil. A BYD chega com tecnologia, investimentos e propósito: fazer parte do próximo capítulo do setor automotivo nacional”, disse Baldy.
O complexo industrial de Camaçari ocupará uma área de 4,6 milhões de metros quadrados — o equivalente a 645 campos de futebol. Quando todas as etapas do projeto estiverem concluídas, a expectativa é que a fábrica gere até 20 mil empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia local e atraindo uma cadeia produtiva robusta ao redor da montadora.
Inicialmente, a unidade operará no sistema SKD (Semi Knocked-Down), com montagem de veículos a partir de peças importadas. Aos poucos, o processo produtivo avançará para uma manufatura nacional completa, com etapas como estampagem, soldagem, pintura e maior conteúdo local. A capacidade inicial é de 150 mil veículos por ano, com previsão de ampliação para 300 mil unidades na segunda fase, prevista para 2028. Em 2025, a BYD espera montar 50 mil unidades.
O projeto da BYD aposta na consolidação do Brasil como protagonista da mobilidade elétrica na América Latina. A planta de Camaçari será responsável pela fabricação do Song Pro, SUV super-híbrido plug-in flex, e de modelos como o Dolphin Mini, carro elétrico mais vendido do país. O King também deverá estar no radar da montadora nas próximas etapas.
Histórico
Desde a chegada em 2014, a empresa vem expandindo sua presença de forma acelerada. Em 2022, foram apenas 260 veículos emplacados. No ano seguinte, esse número saltou para 17.937 — crescimento de 6.798%. Em 2024, a curva ascendente se manteve com 76.713 unidades vendidas. Dezembro de 2024 marcou o recorde mensal com 10.091 carros emplacados.
Em janeiro de 2025, a BYD atingiu a marca simbólica de 100 mil emplacamentos acumulados no Brasil. E em maio do mesmo ano, chegou à quarta colocação no ranking de vendas no varejo, com 9.006 veículos vendidos e 9,7% de participação de mercado — superando marcas tradicionais como Toyota, Honda, Hyundai e Jeep.
O avanço da fábrica em Camaçari vem acompanhado da geração de empregos em ritmo acelerado. Mais de 400 colaboradores brasileiros foram contratados nas últimas semanas. Atualmente, já são mais de mil pessoas atuando diretamente na planta, sem contar centenas de prestadores de serviços. Durante o lançamento das obras, a BYD anunciou mais 3.000 vagas a serem preenchidas até o fim de 2025.
A decisão de instalar o polo industrial na Bahia foi anunciada em julho de 2023, em evento realizado no Farol da Barra, em Salvador. A pedra fundamental foi lançada em outubro do mesmo ano, marcando a posse oficial do terreno que ficou ocioso após a saída da Ford.
Em março de 2024, as obras foram iniciadas, e 15 meses depois, os primeiros testes da linha de produção já estão em andamento, transformando o local em um parque industrial de última geração.
Com R$ 5,5 bilhões em investimentos, este será o maior complexo industrial da BYD fora da China, ocupando uma área de mais de 4,6 milhões de metros quadrados.
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