A Horse Powertrain, joint venture entre Renault e Geely, revelou no Salão de Xangai 2025 o Future Hybrid Concept, uma tecnologia que pode deixar veículos elétricos com uma maior autonomia por conta do extensor elétrico ou fazer carros a combustão se tornarem híbridos, deixando o custo de um projeto bem mais barato, realizando apenas alterações mínimas.
As montadoras como Renault, Geely, Dacia, Volvo, Nissan ou até terceiros, como BYD, Polestar e VinFast, podem adotar o sistema, já que o conceito é aberto a qualquer fabricante. E melhor, sem redesenhar linhas de produção, economizando muito tempo e recursos.
O Future Hybrid Concept é uma solução modular que se encaixa na subestrutura de veículos com alterações mínimas, permitindo tração integral nos modos elétrico ou híbrido. Ele suporta combustíveis como gasolina, etanol E85, metanol puro e sintéticos, ou seja, bom para o Brasil, onde 90% dos veículos novos usam flex. A Horse planeja ter os primeiros carros com o sistema nas ruas em 2028.
Vamos tentar resumir e facilitar para o entendimento. Essa unidade compacta de propulsor junta um motor a combustão, um motor elétrico e uma transmissão em um só pacote, como uma caixa tudo-em-um.
Ele pode ser instalado em carros elétricos para funcionar como extensor de alcance, recarregando a bateria enquanto roda, ou em carros a combustão para torná-los híbridos, sem precisar mudar muito o projeto do veículo.
É como um adaptador universal. Se encaixa em diferentes plataformas, suporta combustíveis como gasolina, etanol e até metanol, e reduz custos porque elimina linhas de produção separadas. No Brasil, por exemplo, poderia transformar um Renault Duster em híbrido flex, rodando com etanol e eletricidade, com tração 4x4 e carregamento rápido.
Matias Giannini, CEO da Horse, disse que o Future Hybrid resolve um dilema da indústria: a transição para emissões zero sem depender só de elétricos. “Com este conceito, oferecemos um sistema híbrido que se integra a plataformas elétricas, permitindo diversidade sem grandes reformulações na produção”.
No Brasil, a Horse já havia afirmado que iria fornecer motores HR10 1.0 turbo para o Lecar 459 Híbrido, um SUV de alcance estendido (EREV) que estreia em 2026, com 12.000 unidades anuais produzidas em Curitiba. Ou seja, pode ser que o Future Hybrid possa equipar futuros modelos locais. Vale citar que esse mesmo propulsor equipa o Renault Kardain.
O sistema combina um motor a combustão com ignição pré-câmara, um motor elétrico e uma transmissão, ocupando o mesmo espaço de um motor elétrico padrão. A arquitetura suporta carregamento rápido de 800 V, bombas de calor com refrigerante R290 e padrões globais de segurança.
Ragnar Burenius, engenheiro-chefe da Horse, explicou que a unidade “reduz a complexidade ao integrar todos os componentes, facilitando a instalação em plataformas existentes”.
No Brasil, a parceria Renault-Geely já rende frutos, como exemplo a Geely usará a fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) para o EX5 elétrico a partir de julho de 2025. Quem sabe se o Future Hybrid não possa seguir o mesmo caminho, aproveitando a planta paranaense e a expertise da Horse com combustíveis flex.
Porém, o custo de adaptação, mesmo mínimo, pode ser alto para montadoras menores, e a aceitação dependerá de preços competitivos. No Brasil, o Future Hybrid poderia baratear opções em SUVs de entrada. Quem sabe no futuro um Renault Kardian híbrido graças essa tecnologia.
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