Na última semana, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, conseguiu atrair a atenção mundial para si ao anunciar tarifas comerciais entre a principal economia do planeta e os demais países. Em diversos setores da economia, essa novas tarifas causarão impactos significantes e no meio automotivo não será diferente.
Atualmente, a indústria automotiva depende de componentes fabricados em diversas partes do planeta para produzir um carro. Com a demanda por tecnologia e sensores, cresce também a necessidade de microchips e placas eletrônicas para os módulos, por exemplo, sendo que boa parte desses produtos é produzida no leste asiático.
De Taiwan, onde as tarifas serão de 32%, costumam vir muitos microchips e placas eletrônicas. Do Japão, que passará a contar com 24% de imposto, costumam vir airbags e até mesmo baterias para veículos híbridos. Da Europa, por exemplo, podem vir motores e transmissões completas, e o imposto será de 20%.
Segundo o relatório do American Automotive Labeling Act (AALA), alguns dos veículos produzidos nos EUA possuem um baixo índice de nacionalização.
A Ford F-150, um dos modelos mais populares do país, tem apenas 45% da sua produção feita nos EUA, e dependendo da motorização escolhida, o conjunto é importado. No Toyota RAV4, outro veículo que figura entre os mais vendidos dos Estados Unidos, o índice de nacionalização é de 0%, com 80% sendo japonês, 20% chinês, e o veículo importado do Japão.
Nem mesmo a Tesla escapará das tarifas. Apesar de produzido nos Estados Unidos, entre 20 e 25% de cada modelo da fabricante de Elon Musk depende de componentes produzidos no México, que ficarão mais caros.
Veículos importados
No geral, veículos importados para os Estados Unidos ficarão 25% mais caros, o que pode impactar o mercado local. Segundo a Bloomberg, a Jaguar Land Rover suspendeu temporariamente a exportação de seus carros para os EUA. Muitos modelos da empresa são fabricados no Reino Unido, mas também há produção na Eslováquia.
Como reverter esse cenário?
O cenário apontado para a economia americana é de extrema incerteza. Especialistas do mercado financeiro esperam recessões em 2025, enquanto analistas políticos afirmam que a medida deve incentivar os governos de outros países a tentar negociar com os Estados Unidos.
Para ampliar o índice de nacionalização e depender cada vez menos de países do exterior, as fabricantes deveriam passar a produzir localmente os componentes que seriam importados. Todavia, essa medida pode ser demorada e tão cara quanto.
Muitos fabricantes importam determinadas peças de países do leste asiático justamente por serem produzidos com mão de obra mais acessível. Levar fábricas de microchips e semi condutores para os Estados Unidos a curtíssimo prazo não é uma alternativa viável.
- Acompanhe o VRUM também no YouTube e no Dailymotion!