UAI
OBITUÁRIO

Pacífico Mascarenhas foi pioneiro do antigomobilismo

Músico, compositor e colecionador morreu nesta terça-feira

Publicidade
Antigomobilista tinha gosto especial por veículos das décadas de 1920 a 1950
Antigomobilista tinha gosto especial por veículos das décadas de 1920 a 1950 Foto: Euler Junior/EM/D.A Press

Morreu nesta terça-feira (09), aos 88 anos, o músico, compositor e antigomobilista Pacífico Mascarenhas. A causa do falecimento não foi divulgada pela família. O velório ocorrerá nesta quarta-feira (10), das 8h às 14h, no Minas Tênis Clube II, no bairro Serra, em Belo Horizonte (MG).

Pacífico Mascarenhas é lembrado pelas expressivas contribuições para a música. Ainda nos anos de 1950,  formou, junto com Roberto Guimarães, o grupo de Bossa Nova Sambacana. Na década seguinte, ficou conhecido como padrinho musical de Milton Nascimento, por ter incentivado o cantor a seguir a carreira no Rio de Janeiro, onde estabeleceu laços com artistas locais. 

Além disso, Pacífico Mascarenhas é autor de sucessos da MPB, gravados por Luiz Eça, Cliff Korman e Nara Leão, além do próprio Milton Nascimento. Além disso, foi amigo de João Gilberto, com quem compartilhava a paixão pela Bossa Nova.

Pacífico Mascarenhas enxergou o valor dos carros antigos

No universo dos veículos, Pacífico Mascarenhas é lembrado como um dos pioneiros do antigomobilismo no Brasil. Em 1977, fundou, junto com um grupo de aficionados, o Veteran Car Club de Minas Gerais, do qual foi o primeiro presidente.

"Pacífico era de uma época na qual as pessoas davam pouco valor aos carros antigos. Foi um pioneiro", relembra o médico e colecionador Otávio Pinto de Carvalho, que integra a atual diretoria do  Veteran Car Club de Minas Gerais.

"Para o antigomobilismo, foi uma grande perda, porque o Pacífico era uma referência; tinha muito conhecimento sobre o assunto."
por Otávio Pinto de Carvalho, antigomobilista

Preservacionista, Pacífico Mascarenhas chegou a ter uma relevante coleção de automóveis antigos, composta, em especial, por modelos das décadas de 1920 a 1950, de marcas como Cadillac e Packard. O acervo pessoal do antigomobilista era composto ainda por várias autopeças e por outros objetos de memorabilia.

Homenagem na capital mineira

Devido às relevantes contribuições para a cultura, Pacífico Mascarenhas ganhou uma estátua na Rua da Bahia, na Região Central de Belo Horizonte, junto com outros intelectuais do estado. A obra está posicionada em frente ao Minas Tênis Clube I, entidade que foi dirigida por ele durante aproximadamente 30 anos.  

Pacífico Mascarenhas era ainda empresário do setor têxtil. Ele deixou a esposa, Emília Margarida, e os três filhos, Alexandre, Francisca e Carlos.