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COLUNA DO CALMON

Vendas de veículos: mercado interno continua surpreendendo em 2024

Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas de veículos leves e pesados apresentaram aumento de 16,3% em relação a igual período de 2023

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O crescimento nas vendas de veículos nos quatro primeiros meses do ano surpreendeu até a Anfavea
O crescimento nas vendas de veículos nos quatro primeiros meses do ano surpreendeu até a Anfavea Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press

Os números são auspiciosos e indicam que o mercado interno está reagindo muito bem. Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas de veículos leves e pesados atingiram 735 mil unidades, aumento de 16,3% sobre igual período de 2023. Está bem acima das previsões da Anfavea no início do ano, de incremento de 6,1%. A entidade só pretender reavaliar os seus números a partir de meados deste ano.

Já a Fenabrave viu no início de 2024 um cenário mais exuberante e até agora não tem do que se arrepender. Considerando somente as vendas de veículos leves, que representam 94% dos emplacamentos (5% caminhões e 1% ônibus), o mercado subiu 17,5% sobre o mesmo quadrimestre do ano passado. Para o fechamento do 2024, sua previsão é 12% de aumento, porém, pode ser revisado para cima, graças à oferta de crédito aliada a juros um pouco mais baixos.

Volkswagen Polo Track 2023 cinza, de frente, estacionado em ladeira calçada com pedras, com cenário de montanhas ao fundo
Polo é, hoje, o carro mais vendido do país Foto: Volkswagen/Divulgação. Volkswagen Polo Track 2023.



No entanto, o Banco Central reduziu o ritmo da queda de juros básicos (taxa Selic) entre suas reuniões realizadas a cada 45 dias. Vinha sendo de 0,5% e agora, em 8 de maio, o percentual ficou em 0,25%, sendo fixada em 10,5% ao ano. Tudo indica, dependendo da inflação e da situação das contas públicas, que o BC continuará mais prudente até o fim do ano. Isso afeta a taxa do Crédito Direto ao Consumidor, que historicamente representa mais de 65% das vendas de veículos e no momento está em pouco mais de 35%.

O mercado também continua afetado por uma operação tartaruga do Ibama (greve branca) realizada nos portos, que tem limitado a importação. Produtos fabricados na Argentina, Uruguai e México sofrem com grandes atrasos. Carros elétricos, no entanto, estão livres dos trâmites burocráticos.

Elon Musk, CEO da Tesla, declarou que montadoras chinesas vão demolir marchas tradicionais, caso não sejam adotadas barreiras comerciais.
BYD foi a montadora com maior participação nos emplacamentos de eletrificados Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press


Marcas chinesas concentradas em elétricos e híbridos, como BYD e GWM, aceleraram bastante suas operações e formaram grandes estoques para compensar a segunda rodada de aumento de imposto de importação agora em julho. A taxação passará de 10% para 18%, depois 25%, em julho de 2025 e 35%, em julho de 2026.

Promoções incrementaram as vendas de veículos neste nicho de mercado e proporcionaram percentuais vistosos de crescimento, porém, sobre uma base comparativa ainda muito baixa. No primeiro quadrimestre deste ano híbridos convencionais e plugáveis somaram 30,4 mil unidades (4,4% do mercado de automóveis e veículos leves), e os elétricos 20,8 mil unidades (3% do total).

Carros com motores flex representaram 78,5%; diesel, 9,8% (basicamente picapes médias e pesadas, furgões, caminhões leves) e gasolina, 4,2% (modelos importados). Diesel prevalece em praticamente todos os veículos pesados.

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