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As montadoras e suas 10 mentirinhas para enganar o freguês

As inverdades vão desde anunciar versões que nunca estão disponíveis para a venda a até mascarar campanhas de recall fazendo o reparo às escuras durante a revisão

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Montadoras e concessionárias não se acanham em inventar
Montadoras e concessionárias não se acanham em inventar "mentirinhas" para enganar o consumidor, seguindo o estilo Pinóquio Foto: Montadoras e concessionárias não se acanham em inventar "mentirinhas" para enganar o consumidor, seguindo o estilo Pinóquio

O consumidor do segmento automotivo deve estar sempre atento para não cair nas “mentirinhas” difundidas pelas montadoras. São várias as “pegadinhas”. Vão desde o momento da compra do carro, quando anunciam um produto que não existe, a até divulgar números suspeitos de consumo ou esconder campanhas de recall. Confira as 10 principais “mentirinhas”:

1 - Tem, mas acabou

Na tabela de preços on-line, uma versão simples e barata só para atrair o freguês. Mas no show-room é que a porca torce o rabo e o vendedor explica: “Sinto muito, doutor, por este preço ainda não tem nem previsão de quando será produzido”.

Pátio de concessionária revenda montadora fábrica de carros
O consumidor muitas vezes passa raiva ao procurar determinada versão anunciada pela montadora, mas que nunca é encontrada

2 - Consumo de araque divulgado pelas fábricas

Com os preços disparados, consumo de combustível está entre as maiores preocupações do consumidor. Então, a propaganda das montadoras passa falsas informações. A Mitsubishi no Japão, por exemplo, declarou há tempos que “passou 25 anos enganando o mercado com informações falsas sobre o consumo de seus produtos”.

3 - Qual nova geração?

O novo modelo pode estar saindo do forno, mas a montadora se faz de desentendida e o esconde até o último segundo, até que se esgote nos pátios a geração atual.

4 - Cadê a suspensão que estava aqui?

Para reduzir custo, a fábrica retira um equipamento ao lançar um novo modelo. Desde itens baratos, como um espelho retrovisor ou tampa do porta-luvas, até importantes para a segurança. A Toyota, por exemplo, eliminou a sofisticada suspensão multibraços (multilink) do Corolla Sedã ao lançar no Brasil sua versão SUV. Mas a manteve no Corolla Cross lançado um mês depois nos Estados Unidos.

Toyota Corolla Cross SUV médio vermelho
A Toyota lançou no Brasil o Corolla Cross sem a suspensão traseira multlink, mas nos EUA o modelo tem

5 - Montadoras declaram falsa potência

A empresa declara potência que só aparece em situações especiais. Como a Volkswagen que anunciou 192 cavalos no Golf que só apareciam com o uso de gasolina premium. Ou o caso do Hyundai Veloster, anunciado aqui com 140cv, que só existia em outros mercados. As unidades do modelo importadas para o Brasil tinham um haras de apenas 128cv.

6 - Fim de linha

A decisão já foi tomada há tempos e o carro vai sair de linha. Mas a montadora nega de pé junto até vender a última unidade.

7 - Ahhh.... o ecológico!

Fácil enganar o consumidor apelando para o ecológico ou politicamente correto e anunciar banco revestido com couro sintético. Não existe couro sintético. Couro ou é ou não é.

8 - Pneu problemático que sai de fábrica

Pneu dá margem a diversas maracutaias. Uma delas é a fábrica de carros equipar na linha de montagem pneus que só existem para repor nas concessionárias. Baratos para a montadora, caríssimos depois para o dono. Outra manobra desleal é colocar como estepe pneu de outra marca, pois faltava o correto no estoque. A própria fábrica “se esquece” que recomenda não usar marcas diferentes num mesmo eixo.

Pneus Goodyear em rodas de 15 polegadas
Muitas vezes o carro sai de fábrica com um modelo de pneu, mas na hora da troca o consumidor não acha igual para comprar

9 - Fraude também de montadora no Brasil

Não foi só a Volkswagen com o “dieselgate” nos EUA, mas diversas outras montadoras européias e até uma brasileira: a Fiat burlou o teste de emissões do Uno Mille Electronic e foi flagrada e penalizada pelo Cetesb em São Paulo.

10 - Montadoras complicam o recall

Várias montadoras driblam o recall realizando o reparo na moita – sem torná-lo público –, quando o carro é levado para revisão. Ou se nega a realizá-lo, alegando mau uso. Como o Fiat Tipo, que se incendiava sozinho. Ou da Volkswagen com o banco traseiro do Fox, que decepava o dedo do usuário.