Diversas montadoras já se comprometeram a fabricar apenas veículos elétricos até 2040, como Honda, Toyota e Volkswagen. O chefe da BMW, porém, descartou adotar uma linha exclusivamente eletrificada nos próximos anos. Em conversa com acionistas, o presidente da fabricante alemã, Oliver Zipse, tratou a estratégia como um "beco sem saída".
"Levamos a sério objetivos políticos ambiciosos, mas não acreditamos em regulamentações tecnicamente unilaterais que limitem a oferta", disse Zipse, ressaltando que a BMW precisa de uma ampla gama de tecnologias de propulsão. Assim, além dos elétricos, a marca seguirá produzindo veículos a gasolina, diesel, híbridos e a hidrogênio.
"O mesmo princípio se aplica à economia circular. Aqui, também, somente uma abordagem abrangente pode viabilizar e estimular o investimento. Porque, como tecnologia independente, a mobilidade elétrica leva a um beco sem saída – isso agora está claro. As diferenças são simplesmente enormes, mesmo dentro da Europa", continuou o executivo.
Para embasar sua tese, o chefe da BMW utilizou como exemplo a Itália, país onde os carros elétricos representaram apenas 4% das vendas dos veículos 0 km em 2024. "Enquanto outros fabricantes estão mudando de rumo ou ajustando suas estratégias, nós estamos no caminho certo", disse Zipse aos acionistas.
"Até mesmo os formuladores de políticas estão começando a mudar de ideia: o novo governo federal alemão apoia uma abordagem ampla à tecnologia, enquanto a Comissão Europeia busca tornar a Europa mais competitiva", finalizou.
Apesar do discurso, a BMW vem ganhando espaço no mercado de eletrificados. No primeiro trimestre de 2025, as vendas de automóveis elétricos ou híbridos representaram 25% dos emplacamentos da empresa.
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