Hoje em dia, é cada vez mais comum encontrar carros acima de R$ 150 mil equipados com o chamado pacote ADAS (Advanced Driver Assistance Systems), ou sistemas avançados de assistência ao motorista na tradução. Esse sistema é um marco importante para segurança no trânsito, já que ele ajuda em situações de emergência ou distração.
Por outro lado, nem todo mundo é fã: tem quem ache que o carro “interfere demais” na forma de dirigir. Mas, afinal, o que é o ADAS e como ele funciona?
O ADAS é um conjunto de tecnologias semi-autónomas projetadas para ajudar o motorista, aumentando a segurança e reduzindo o risco de acidentes. Ele utiliza sensores como câmeras e radares para monitorar o ambiente ao redor do veículo e agir automaticamente em certas situações.
Piloto automático adaptativo (Adaptive Cruise Control)
Esse é um dos recursos mais populares do ADAS. Ele funciona como um piloto automático inteligente que não só mantém uma velocidade constante, mas também ajusta a velocidade de acordo com o tráfego.
Como ele faz isso? O carro vem equipado com um radar (geralmente localizado na grade dianteira) e uma câmera (normalmente no para-brisa). Esses dispositivos identificam o veículo à frente e calculam a distância e a velocidade.
O motorista pode ajustar a distância desejada por meio do volante, configurando se prefere ficar mais perto ou mais longe do carro da frente.
Esse sistema é perfeito para estradas, já que ajuda a evitar colisões e reduz o esforço do motorista em viagens longas.
Frenagem autônoma de emergência BAS (Brake Assist System)
Normalmente, modelos que utilizam o ACC também possuem frenagem automática de emergência. Funciona assim: se você tira o pé do acelerador e não freia ao se aproximar de outro veículo, o carro emite um alerta sonoro ou visual. Se mesmo assim você não reagir, o sistema assume o controle e aciona os freios com força total para evitar ou minimizar uma colisão.
Nos sistemas mais avançados, como nos carros premium, essa tecnologia também identifica pedestres e ciclistas, aumentando ainda mais a segurança.
Stop and Go: a evolução do piloto automático
O que tem de mais novo no pacote do piloto automático adaptativo é o sistema Stop and Go. Esse recurso é uma evolução do piloto automático adaptativo tradicional. Além de ajustar a velocidade e manter a distância, ele também consegue parar o carro completamente e retomar o movimento automaticamente assim que o veículo à frente começar a andar.
Isso é especialmente útil em situações de trânsito pesado, como engarrafamentos nas cidades. Um bom exemplo de carro com essa tecnologia é o Toyota Corolla Cross, que veio equipado com o piloto automático adaptativo Stop and Go.
Já o Corolla sedã ainda não possui esse recurso, mas a Toyota irá implementar esse sistema também nos próximos modelos.
Por outro lado, nos carros que não têm Stop and Go, o piloto automático adaptativo desativa quando a velocidade cai para algo em torno de 24 ou 25 km/h. Ou seja, não funciona bem no trânsito das cidades.
Além disso, o ADAS implementa diversas outras funcionalidades para os veículos.
Sistema de Assistência de Permanência em Faixa (LKS)
Outra tecnologia implementada no pacote ADAS é o assistente de permanência em faixa, que utiliza uma câmera instalada no veículo para monitorar as marcações das faixas na estrada.
Em alguns modelos, o sistema apenas impede o veículo de sair da faixa. Já em outros, ele consegue centralizar o carro na faixa por alguns segundos.
Nesse último caso, o veículo “dirige sozinho” por alguns instantes e, em alguns modelos, é capaz até de contornar curvas sem dificuldades. Como exemplo, os carros da Honda trazem esse sistema, como o City, HR-V, ZR-V e CR-V.
Estacionamento Automático (Park Assist)
Outro recurso presente no pacote ADAS, embora menos comum nos carros, é o sistema de estacionamento automático, ou Park Assist. Esse sistema pode ser encontrado em veículos da Jeep e em alguns modelos da Volkswagen, como o Taos e o Tiguan.
O funcionamento é simples: ao localizar uma vaga, o condutor ativa o sistema pressionando um botão e sinaliza a intenção com a seta. A partir disso, câmeras e sensores dianteiros e traseiros auxiliam o veículo a estacionar sozinho em vagas paralelas ou perpendiculares.
Em outros modelos, como o GWM Haval H6, o condutor não precisa sequer pisar no acelerador ou trocar de marcha, já que o sistema realiza todas as manobras automaticamente.
Monitoramento de Ponto Cego (Blind Spot Monitoring System - BLIS)
O sistema de monitoramento de ponto cego é uma tecnologia que aumenta a segurança durante as trocas de faixa. Por meio de sensores instalados nos retrovisores ou na lateral traseira do veículo, ele detecta a presença de outros carros ou motocicletas nos pontos cegos do condutor.
Caso haja algum veículo nessa área, o sistema emite alertas visuais (geralmente no retrovisor) e sonoros.
Alerta de tráfego cruzado (Rear Cross Traffic Alert - RCTA)
O alerta de tráfego cruzado é um recurso útil em manobras de ré, como ao sair de vagas de estacionamento. O sistema utiliza sensores traseiros para monitorar o tráfego cruzado, alertando o motorista sobre a aproximação de veículos ou pedestres que podem não estar visíveis pelo retrovisor.
Ele avisa o condutor por meio de alertas sonoros, ou em caso de carros com o sistema mais avançado, até freia sozinho para mitigar uma colisão.
O sistema ADAS é classificado em seis níveis de automação, que vão de 0 a 5:
- Nível 0: O motorista é totalmente responsável pelo controle do veículo, sem assistência automatizada — maioria dos carros.
- Nível 1: O sistema pode realizar tarefas específicas, como controlar a velocidade (piloto automático), mas sempre com a supervisão do motorista.
- Nível 2: O veículo pode controlar simultaneamente a velocidade, aceleração e direção, mas o condutor deve permanecer atento e pronto para intervir.
- Nível 3: O ADAS assume o controle total do veículo em determinadas condições, sem supervisão constante do motorista. Porém, o motorista deve estar disponível para reassumir o controle quando solicitado.
- Nível 4: O sistema oferece automação avançada, conduzindo o veículo em quase todas as situações sem a necessidade de intervenção humana. Mas ainda existem limites em cenários específicos.
- Nível 5: A automação é completa. O veículo é totalmente independente, dispensando qualquer tipo de supervisão ou ação do motorista em todas as situações.
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