Nos últimos anos, o furto de peças de veículos estacionados na rua se tornou uma prática cada vez mais comum. Roubos de estepes, rodas e até combustível já fazem parte da rotina de quem vive em grandes centros urbanos no Brasil. Porém, uma nova tendência tem crescido: ladrões focam também em componentes internos dos veículos, principalmente do motor, como radiadores e ventoinhas.
Como divulgado em 2023 pelo UOL, uma cena chamou, quando câmeras de segurança flagraram um homem abrindo o capô de um Fiat Siena 2008 estacionado na rua, retirando o radiador com a ventoinha e saindo tranquilamente com a peça debaixo do braço.
Esse tipo de furto, além de ser realizado de forma discreta, não envolve a violência física ou confronto direto, o que facilita a ação dos criminosos, principalmente em locais pouco movimentados ou mal iluminados.
A escolha dos criminosos por peças como radiadores e ventiladores de motor não é aleatória. Esses componentes são essenciais para o bom funcionamento do carro e, quando roubados, podem comprometer completamente a capacidade de locomoção do veículo.
Além disso, peças como essas têm um valor de revenda considerável no mercado clandestino, uma vez que muitos mecânicos informais ou donos de desmanches compram itens furtados a preços mais baixos e os revendem para consumidores que buscam economizar em reparos.
Desta forma, é criado uma cadeia de revenda de peças roubadas, o que torna o crime ainda mais lucrativo para os envolvidos.
A dificuldade em rastrear peças roubadas também contribui para a expansão desse mercado. Ao contrário de itens como o som automotivo ou sistemas de GPS, que possuem numeração de série e podem ser mais facilmente monitorados, radiadores e ventiladores não carregam informações que os liguem a um carro específico, o que facilita sua comercialização ilegal.
Esses furtos têm como alvo principal carros que possuem uma maior facilidade de abertura do capô. Muitos veículos mais antigos, ou mesmo modelos populares, possuem mecanismos de segurança mais simples, o que permite aos criminosos conseguirem destravar o capô com relativa facilidade e agilidade.
Segundo a apuração do jornalista Guilherme Menezes, no UOL, a ação dos ladrões pode durar menos de cinco minutos, o que, aliado à falta de segurança em áreas públicas, torna esse tipo de crime difícil de prevenir.
O foco é em carros estacionados em locais isolados ou com pouca iluminação, especialmente durante a madrugada, quando o movimento nas ruas é menor e as chances de serem flagrados em ação são reduzidas.
Como apontado por investigações de casos semelhantes, muitas peças furtadas são vendidas para oficinas mecânicas ou diretamente para consumidores por meio de sites de classificados online.
Além disso, em alguns casos, as peças são trocadas por drogas ou dinheiro. A falta de controle e fiscalização sobre o comércio de peças usadas facilita a atuação dos criminosos, que se aproveitam da fragilidade da legislação e da fiscalização para continuar alimentando esse mercado paralelo.
Mesmo que o radiador e a ventoinha possam ser substituídos com certa facilidade em oficinas, o custo de reposição nem sempre é baixo, especialmente se forem peças originais. Muitas vezes, o valor de troca é inferior ao valor da franquia do seguro, o que leva as vítimas a arcarem com os custos do próprio bolso.
Como se proteger desses furtos
Diante da nova modalidade de crime, especialistas recomendam algumas medidas para tentar reduzir os riscos. Estacionar em locais bem iluminados e com movimentação constante é uma das principais estratégias para desincentivar a ação dos criminosos.
Instalar alarmes que detectem a abertura do capô, embora possa não impedir completamente o furto, pode retardar a ação e chamar a atenção de quem estiver por perto.
Outro recurso importante é o uso de travas de segurança adicionais para o capô, que dificultam o acesso ao motor. Mesmo que esses dispositivos não garantem 100% de proteção, eles aumentam o tempo necessário para o furto e podem fazer com que o criminoso desista, optando por um alvo mais fácil.
Além disso, sempre que possível, deixar o carro em estacionamentos pagos ou locais monitorados por câmeras de segurança pode ser uma maneira eficaz de diminuir os riscos, mesmo que isso tenha um custo adicional.
O índice de resolução desses casos, na maioria das vezes, são nulos. Porém, é fundamental que as vítimas registrem o boletim de ocorrência. Denunciar o crime ajuda a polícia a mapear as regiões mais afetadas e a direcionar recursos para a prevenção e investigação desses casos.
- Acompanhe o VRUM também no YouTube e no Dailymotion!
https://www.vrum.com.br/noticias/por-furto-ou-prevencao-veiculos-circulam-nas-ruas-sem-o-estepe/