Nas ruas, a nova versão Hybrid da Ford Maverick passa completamente despercebida. Afinal, ela é praticamente idêntica à versão FX4, com mecânica convencional, que segue no mercado: até o emblema que indica a propulsão híbrida, instalado na tampa da caçamba, é pequeno e discreto. Mas a primeira caminhonete híbrida do país consegue um feito nada desprezível: proporcionar bom desempenho com baixo consumo.
Antes de prosseguir com as características da picape híbrida, porém, cabe destacar que ela está longe de ser barata. É mais cara que a Fiat Toro Ultra, a mais sofisticada entre as picapes com arquitetura monobloco da concorrência. Mas, pelo menos, o valor da Ford Maverick Hybrid é o mesmo da versão FX4: cabe ao comprador, portanto, avaliar as próprias prioridades ao fechar o negócio. Veja o preço:
- Ford Maverick Hybrid: R$244.890
Voltando às características técnicas da caminhonete, vale dizer que a tecnologia híbrida de propulsão não é do tipo plug-in. Trata-se de um sistema convencional, no qual o motor a combustão tanto traciona as rodas quanto recarrega a bateria de íons de lítio. Assim, o veículo funciona em modo totalmente apenas em situações de baixa demanda de potência, como em manobras de estacionamento ou em engarrafamentos.
O motor a combustão da Maverick Hybrid, no caso, é um 2.5 de quatro cilindros da família Duratec, que já equipou outros produtos da Ford, como o Fusion. Na picape, porém, ele tem ciclo Atkinson. A potência combinada, que inclui também o motor elétrico, é de bons 194cv, e o torque chega a 21,4kgfm. Números mais que suficientes, portanto, para impulsionar os 1.700kg da picape. E com consumo muito baixo.
Consumo da Ford Maverick Hybrid
De acordo com os parâmetros do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro, o consumo da Ford Maverick Hybrid chega a ótimos 15,7km/l na cidade e a bons 13,6km/l na estrada, sempre com gasolina: vale lembrar que veículos híbridos costumam gastar menos combustível em trajetor urbanos, onde o motor elétrico consegue trabalhar sozinho durante mais tempo. O consumo combinado é de 14,6km/l.
Como a caminhonete híbrida tem um tanque de 57 litros de capacidade, a autonomia pode ultrapassar os 800km, dependendo do tipo de utilização.
Equipamentos da Ford Maverick Hybrid
A Ford Maverick Hybrid chega ao Brasil importada do México, com pacote único de equipamentos: a picape não oferece opcionais. Confira a lista de itens de série:
- Rodas de liga leve de 18 polegadas
- Faróis de LED com acendimento e luz alta automáticos
- Caçamba com protetor
- Ar-condicionado automático digital de duas zonas
- Chave presencial com botão de partida
- Volante multifuncional revestido em couro com ajuste de altura e profundidade
- Bancos revestidos em material que imita couro
- Banco do motorista com ajustes elétricos em 8 posições (incluindo lombar)
- Câmera de ré
- Sistema multimídia com tela touch de 8 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay, Bluetooth, 6 alto-falantes e 4 entradas USB tipo A e tipo C (2 dianteiras e 2 traseiras)
- Status remoto do veículo pelo celular (nível do combustível e hodômetro)
- Partida remota com acionamento do ar-condicionado
- Monitoramento de pressão dos pneus
- Alarme perimétrico com imobilizador
- Controles eletrônicos de tração e de estabilidade
- Sete airbags (frontais, laterais, do tipo cortina e para os joelhos do motorista
Garantia
A Ford oferece uma garantia de 3 anos sem limite de quilometragem para a Maverick Hybrid. A bateria, porém, tem um período de cobertura maior, de 8 anos.
Caçamba e capacidade de carga
A capacidade de carga da Ford Maverick Hybrid é de 659kg: está, portanto, no mesmo patamar de outras picapes com carroceria do tipo monobloco. Por sua vez, a caçamba comporta 938 litros: é praticamente o mesmo volume da Fiat Toro, que tem mísero 1 litro a menos. O compartimento de carga tem 8 ganchos de amarração e dois compartimentos laterais.
A caçamba vem com protetor, mas não traz capota marítima: esse item é oferecido á parte, como acessório. Outro pênalti é a ausência de mola para aliviar o peso na nora de fechar a tampa do compartimento de carga, que é pesada.
Como anda a caminhonete híbrida?
O VRUM teve contato com a Ford Maverick Hybrid em um trajeto de aproximadamente 80km por rodovias duplicadas no interior de São Paulo. Durante o test drive, a caminhonete híbrida esbanjou desempenho, demonstrando que consegue acelerar e retomar velocidade com vigor. De acordo com o fabricante, a picape arranca de zero a 100km/ em 8,7 segundos e atinge a máxima (limitada eletronicamente) de 175 km/h.
O câmbio da versão híbrida é do tipo CVT, sem simulação de marchas. O objetivo é priorizar a eficiência energética, mas a contrapartida é que essa solução torna a condução mais monótona. O único recurso é o botão Low, que simula uma primeira ou uma segunda marcha: é útil para arrancar em situações de baixa aderência, por exemplo. O seletor é do tipo giratório e dispensa a tradicional alavanca.
O acerto de suspensão também agrada. O rodar da Ford Maverick Hybrid é confortável e, ao mesmo tempo, estável em curvas. Na traseira, a picape híbrida utiliza molas helicoidais, em vez das similares semielípticas que, tradicionalmente, equipam veículos desse segmento. Do mesmo modo, a direção elétrica tem bom acerto: é firme em alta velocidade e muito leve em manobras. Os freios, a disco nas quatro rodas, estão bem-dimensionados.
Interior da Ford Maverick Hybrid
Há cinco modos de condução: Normal, Sport, Eco, Rebocar e Escorregadio. Nos três primeiros, mudam, basicamente, a rapidez de resposta do acelerador e a faixa de giro na qual o motor a combustão trabalha. Nos dois últimos, os controles de tração e de estabilidade é que são alterados.
No interior, as mudanças em relação à versão FX4, a combustão, fica por conta apenas do painel de instrumentos, que, no lugar do conta-giros, traz um indicador do consumo e de regeneração de carga da bateria. Outra diferença é o porta-objetos sob o banco traseiro, que é ligeiramente menor na Ford Maverick Hybrid, mas, ainda assim, tem 58 litros de volume.
No mais, estão lá os bancos que apoiam muito bem o corpo e o volante de boia pegada, com coluna de duplo ajuste. O acabamento, porém, traz nada além de plásticos duros tanto no painel quanto nas forrações das portas. E o espaço no banco traseiro é bom em comparação a outras caminhonetes de cabine dupla, mas ainda limitado em comparação a um SUV ou a um sedan.
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