A Yamaha do Brasil lançou o modelo XT 660Z Ténéré, que chega ao mercado em novembro, para compor a família, que já conta com a menor XTZ 250 nacional e a maior XT 1200Z Super Ténéré importada. Desta forma, passa a ser o único país com os três modelos disponíveis. Todas filhas da histórica XT 500, de 1976, que inaugurou mundialmente o conceito e segmento das chamadas big trails, e vencedora da primeira edição do badalado Rali Paris-Dakar, em 1979, com o francês Cyril Neveu. O sucesso foi tanto que nas versões seguintes o modelo incorporou o jeito “camelo” de ser, adotando o sobrenome do temido deserto africano, Ténéré, por onde o Paris-Dakar passava.
Lançada na Europa em 2008, só agora chega ao Brasil, fabricada em Manaus, Amazonas, com a mesma base mecânica da XT 660R, que, porém, não subiu no telhado e permanece em linha. A ergonomia, entretanto, é completamente diferente. O banco tem dois níveis e é 40mm mais alto. As pedaleiras são mais largas para facilitar a condução em pé. A posição do guidão também é diferente, para facilitar grandes jornadas, inclusive por caminhos não pavimentados. O visual segue a fórmula das irmãs, com carenagem e para-brisa para melhorar o conforto aerodinâmico, além da tradicional cor azul adotada como marca registrada em seus modelos de competição.
Alumínio
Um dos bons desenvolvimentos adotados pela nova Ténéré 660 é a balança da suspensão traseira em alumínio, enquanto o da XT 660R é em aço. O freio dianteiro também foi completamente revisto. Ganhou muito mais potência, com adoção de um duplo disco de 298mm de diâmetro. O freio traseiro tem disco simples de 245mm de diâmetro. Por outro lado, o sistema antitravamento ABS não foi adotado, nem como opcional. A nova roupagem, mais encorpada, com a carenagem e para-brisa, protetores laterais e inferior de motor, duplo disco, novo banco e o novo tanque de combustível com capacidade elevada para 23 litros (o mesmo da Super Ténéré 1200) cobraram seu preço na balança.
A Ténéré 660 pesa a seco 186kg. Obesos 21kg a mais que a XT 660R, da qual é derivada. Um fardo que tende a aumentar, já que a marca oferece uma extensa lista de acessórios, como malas laterais e central, protetores de mão etc. Para reduzir o efeito, o tanque, capaz de proporcionar grande autonomia, conforme a proposta da moto, tem parte de seu formato sob o banco, rebaixando e concentrando as massas. O quadro tem arquitetura convencional, do tipo berço duplo, em tubos de aço. Para enfrentar o off-road, a roda dianteira tem aro de 21 polegadas de diâmetro, enquanto o traseiro tem aro de 17 polegadas. Ambos com rodas raiadas.
O motor tem um cilindro, injeção eletrônica e refrigeração líquida. O cabeçote tem quatro válvulas e foi desenvolvido com tecnologia das pistas, também empregado no modelo superesportivo R-1 e no de motocross YZ 450F. O propulsor é o mesmo que equipa a XT 660R, já produzida em Manaus, facilitando a logística de manutenção e a distribuição de peças. Desenvolve 48cv a 6.000rpm e produz um torque de 5,95kgfm a 5.500rpm. Apesar de ser monocilíndrica, a Ténéré 660 conta com saída dupla de escapamento, com ponteiras altas, como convém a um modelo com pretensões no fora de estrada, além de proporcionar maior porte ao conjunto.
A suspensão dianteira é do tipo telescópica, com 210mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, com 200mm de curso. Ambas ajustáveis. O painel é compacto e tem o conta-giros do tipo analógico e circular em destaque. A tela digital tem as demais informações, como velocímetro, hodômetros (total e mais dois parciais), além de marcador de combustível. O farol tem duplo refletor e o passageiro conta com alças de apoio. A cor oferecida é apenas o azul, em contraste com aros, escapes, protetores, canelas e balança em preto. A nova Yamaha XT 600Z Ténéré tem preço sugerido de R$ 30.500, posto Manaus, sem frete e seguro.