A sueca Volvo vai se valer do mesmo artifício legal usado por outras marcas premium no Brasil e importará, a partir de julho, o XC60 2017 com motorização a diesel. A atual linha do utilitário esportivo no país é composta por dois motores a gasolina, em cinco versões: o 2.0 T5 de 245cv de potência (Kinetic, Momentum e R-Design); e o 3.0 T6 de 306cv (Inscription e R-Design). Lá fora, a linha de diesel da Volvo possui motores com potência de 136cv a 220cv, todos turbo, com cinco cilindros em linha e câmbios automáticos de seis velocidades. Para o Brasil, são aguardadas as opções mais potentes, ambas 2.4, de 190cv de potência a 4.000rpm e 42,8kgfm de torque entre 1.500 a 3.000rpm e 200cv e 44,9kgfm de torque. Por aqui, as novas versões deverão receber a denominação D4 e D5, todas com tração integral.
A chegada do XC60 diesel no país foi confirmada nesta quarta-feira (15) por executivos da Volvo, durante apresentação do novo padrão global na concessionária Valborg, em Belo Horizonte. As novas versões já são faturadas pela rede desde o mês passado.
Reestilizada em 2013, a atual linha do modelo mais vendido pela Volvo no país tem preços que vão de R$ 162.950, no T5 Kinetic, a R$ 263.950, no T6 R-Design. Como nos concorrentes, as novas versões diesel terão valores posicionados acima das movidas a gasolina, mas prometem ser mais competitivas que as da rival Land Rover, que comercializa motorizações diesel no Discovery Sport (190cv com preços entre R$ 230.196 a R$ 258.796) e no Range Rover Evoque (mesmo motor de R$ 244.600 a R$ 265.900). Futuramente a Volvo ainda estuda adotar motores diesel no XC90 no país.
LEGISLAÇÃO Para serem vendidos no Brasil, carros movidos a diesel devem ter capacidade de carga acima de 1 tonelada, tração 4x4 e caixa de redução (caixa de mudança múltipla e redutor), conforme a Portaria 23/94 do extinto Departamento Nacional de Combustível (DNC). Datada de 1994, há mais de 20 anos, a ultrapassada legislação não especifica o tipo de redução a ser utilizada pelos modelos. O que abre brecha legal para a homologação dos redutores eletrônicos mais modernos entre os SUVs vendidos no mercado nacional.
O primeiro modelo a se valer do artifício foi o Mercedes-Benz ML 320 CDI, com motor 3.0 V6 de 224cv, lançado em junho de 2008. A justificativa dada pela Mercedes-Benz na época foi de que o ML contava com um sistema eletrônico que altera as relações do câmbio, amortecedor e motor para a condução off-road, funções semelhantes às da caixa de redução. Outro modelo que embarcou na onda é o Jeep Renegade, equipado com o motor 2.0 Multijet turbodiesel de 132cv e transmissão automática de nove velocidades.