Palma de Mallorca (Espanha)* - A Volvo aposta no segmento de compactos de luxo, com modelo de duas portas e 2 + 2 lugares para adultos, com bancos individuais atrás. O carro tem 22 cm menos do que o S40 e passa a ser o de menor tamanho e preço da montadora. O C30 será lançado em março no Brasil e, em abril, estará no mercado em três opções de motores: 2.0 (manual) de 114 cv; 2.4 (aut) de 170 cv e T.5 (aut). As transmissão manual é de seis velocidades e a automática de cinco. Concorre com Audi A3, BMW Série 1 e Mercedes Classe B. O carro e o crescimento da rede são a estratégia da Volvo no Brasil. O preço ainda não foi definido, mas será inferior ao do S40, que é de R$ 129 mil.

Produzido na Bélgica, o C30 tem lanternas verticais largas na base e estreitas no comprimento e frente similar à de todos os Volvo. O conjunto chama a atenção, com as laterais dinâmicas, limpas e linha de cintura alta. A tampa do pequeno porta-malas é de vidro. O C30 não tem a sisudez comum aos modelos da marca. Carros de duas portas são sempre mais bonitos, mas também pouco práticos. O acesso ao banco traseiro depende de flexibilidade e para atar o cinto exige contorcionismo, porque a coluna B fica mais recuada. O C30 é sofisticado e dispõe regulagens elétricas para movimentar o banco. Automóveis de duas portas não conjugam beleza e praticidade.

O interior tem estilo limpo, sóbrio e bem acabado. Os bancos são individuais e os traseiros desalinhados, em relação aos dianteiros, para que os ocupantes de trás possam ter melhor visão do exterior. Solução criativa para modelo de quatro lugares, que tem uso mais voltado para centro urbano. Mas o espaço traseiro é apenas suficiente. O porta-malas é pequeno demais. Mal cabe a bagagem de dois. É preciso rebater os bancos, para aumentar a capacidade. Mas, como a Volvo quer conquistar com o C30 solteiros ou casais sem filhos acima de 35 anos, tudo bem.

A ergonomia é muito boa, com aro do volante na medida certa, bancos anatômicos e comandos sempre bem localizados e ao alcance das mãos. A direção eletro-hidráulica está bem calibrada e ajuda na dirigibilidade. O motorista veste o carro. Controles eletrônicos de tração e estabilidade são itens de série, e há seis airbags. Dispõe do sistema Blis, com câmeras montadas nas laterais dos retrovisores para indicar presença de veículo no ponto cego. Será vendido apenas na versão topo de linha no Brasil. A visibilidade lateral traseira não é boa. A grade frontal inferior precisa de tela de proteção para o radiador, que não foi prevista no projeto.

Eletrônica

O comportamento dinâmico é bom e a eletrônica traz o carro de volta, quando sai do controle, além do limite de aderência. O sistema mostrou- se muito eficaz em curvas fechadas de baixa velocidade em piso molhado. O C30 usa a arquitetura da segunda geração do Ford Focus e muitos elementos da mecânica. A Ford controla a Volvo. Em piso irregular, há transferência das imperfeições para o habitáculo. Os pneus de perfil baixo proporcionam mais estabilidade, mas são desconfortáveis.

Os modelos usados no test-drive eram todos com motores turbo a gasolina de cinco cilindros, alta potência e transmissões manual de seis velocidades e automática de cinco, com possibilidade de troca manual. Os dois são eficientes e ajudados pelo ótimo motor. Impressionam a precisão, suavidade e curso curto da alavanca no modelo com câmbio manual. Além disso, as relações de transmissão estão perfeitas, não há queda de rotação entre as marchas, tanto no câmbio manual quanto no automático. O motor tem funcionamento suave, mesmo em rotações elevadas, e confere desempenho excepcional. O C30 agrada aos motoristas exigentes, que buscam esportividade e requinte. A Volvo planeja vender 120 unidades no Brasil no ano que vem. O C30 terá sistema flex europeu, denominado E85, a partir de março.

(*) Jornalista viajou a convite da Volvo do Brasil

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