A coqueluche do momento pode ser o segmento dos SUVs, mas é inegável a atração que os brasileiros têm pelos sedãs. Para estes, 2018 promete ser um ótimo ano. É que os dois primeiros meses do ano darão início a uma disputa que promete ser bastante acirrada. Se em 2017 o embate entre Fiat Argo e Volkswagen Polo reacendeu uma antiga rixa na seara dos compactos premium, a chegada de seus respectivos sedãs vai colocar ainda mais lenha nessa fogueira. Tudo começa em janeiro, quando a Volkswagen lança o Virtus, que já teve sua imagem vazada na internet. Em seguida a Volkswagen divulgou um teaser do modelo.
O Virtus segue as linhas do Polo, mas, como bom sedã, a parte posterior é somente sua, com a queda suave do teto e lanternas horizontais de LED. Graças à plataforma modular compacta (MQB A0), o modelo tem entre-eixos de 2,65 metros – 9 centímentos maior que o Polo – o que significa que podemos aguardar um bom espaço interno e porta-malas amplo. O interior segue o Polo à risca, incluindo opcionais desejados como o quadro de instrumentos digital, com a tela de 10,2 polegadas com alta definição de imagem, e sistema multimídia Discover Media.
Diferente do Polo, não espere que o Virtus use um motor 1.0 aspirado. O sedã vai trazer sob o capô o propulsor 1.6 MSI – com 117cv de potência e 16,5kgfm de torque – ou o 1.0 TSI, com 128cv e 20,4kgfm. O sedã do Polo se posiciona entre o Voyage (vendido até R$ 61.290, na versão Highline 1.6 I-Motion) e o Jetta (a partir de R$ 93.936, na versão Comfort 1.4 TSI automático). Sendo assim, podemos esperar um Virtus 1.6 de entrada, com câmbio manual, na casa dos R$ 65 mil. Já o Virtus topo de linha, combinando motor 1.0 TSI e câmbio automático de seis marchas, pode chegar a custar R$ 80 mil.
CRONOS Já em fevereiro chega a vez da Fiat lançar seu Cronos, que será fabricado na Argentina. O sedã do Argo tem design inspirado no Tipo europeu, cuja traseira traz linhas um pouco mais suaves que os vincos pronunciados da dianteira e laterais. O interior não deve fugir do padrão estabelecido pelo Argo. O que se espera é um bom porta-malas, com volume a partir de 500 litros. Assim como o novo sedã da Volkswagen, o Cronos terá mais entre-eixos que seu respectivo hatchback.
Também não espere aqui a aplicação de um motor 1.0. O substituto do Linea deve trazer sob o capô o motor 1.3 Firefly (com câmbio manual ou automatizado) – de até 109cv e 14,2kgfm – e o 1.8 E.torQ (com câmbio automático), com 139cv e 19,3kgfm. Como a Fiat não conta com uma linha muito grande de sedãs, o Cronos será o maior de todos (inacreditável!). Abaixo dele, apenas o Grand Siena, cuja versão de topo Essence 1.6 Dualogic custa R$ 62.990. Uma versão de entrada do novo sedã, um Cronos 1.3 manual, deverá custar algo parecido, para ficar um pouco abaixo do Virtus (uma vantagem da Fiat lançá-lo depois).
MERCADO Quem está achando esses preços salgados, principalmente nas versões de topo, está... absolutamente correto! Porém este é o valor cobrado por modelos compactos que você realmente pode considerar premium, como o Honda City e o Ford Fiesta Sedan. Um nível acima, os três sedãs médios mais vendidos (automáticos) – Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Cruze – custam a partir de R$ 93 mil.
O mercado dos sedãs compactos é expressivo, tendo sido responsável por aproximadamente 19% (cerca de 325 mil veículos) dos automóveis vendidos em 2016 (considerado um ano muito ruim no setor). Tudo leva a crer que o segmento não repetirá este número em 2017 (ainda que o mercado como um todo vá apresentar crescimento), o que pode ser explicado pela falta de novidades.
Com o espectro bastante amplo, é difícil determinar qual é a participação dos modelos premium nesse bolo, já que as versões mais equipadas de diversos modelos se fazem concorrentes das versões mais simples dos premium. Em tempo: ainda para 2018, no segundo semestre, a Toyota passa a fabricar por aqui o Yaris. Posicionado entre o Etios e o Corolla, o compacto premium é aguardado com carrocerias hatch e sedã.