De Campos do Jordão, SP - O interior é sofisticado, todo em couro, aço e alumínio. No centro do painel, display (touch-screen) com dezenas de funções de entretenimento, informação e navegação. A eletrônica é pródiga em contribuir para o conforto, segurança e bem-estar do motorista e passageiros. Entre os requintes, o sistema All View, com câmeras que monitoram os 360° periféricos do veículo e facilitam as manobras. O som é tão bom quanto o de sua sala: do tipo Premium (Dynaudio) com 12 canais e 620 watts de potência. Os bancos são climatizados e regulados eletricamente. Até o traseiro é ajustável: ele corre 16cm e os encostos podem ser inclinados para aumentar a (boa) capacidade do porta-malas, de 520 litros.
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A suspensão é pneumática (amortecedores de borracha com ar comprimido fornecido por um compressor) com altura regulável por um comando no console, de acordo com o piso. A firmeza dos amortecedores também pode ser regulada: mais confortável ou esportiva conforme o estilo (ou o humor) do motorista. Tração permanente (4Motion) nas quatro rodas.
Sensores e radares percebem a situação em que o choque com o carro da frente é iminente e aplicam os freios. Ou outros veículos atrás na estrada, num ponto cego para os espelhos, e alertam o motorista piscando uma luz nos retrovisores externos. Vai estacionar? Eles assumem o volante para colocá-lo na vaga. A eletrônica também marca presença nos vários sistemas de segurança nos freios, suspensão e transmissão.
Primo Até aqui, poderia ser a descrição de um luxuoso automóvel. E não estaria muito longe disso o novo Touareg na versão R-Line, não fosse por seu enorme peso de exatos 2.075kg. Tem a mesma carroceria do Porsche Cayenne, ambas fabricadas em Bratislava, na Eslováquia. Até surgir a grife R-Line, com novos spoilers, saias, apliques cromados, volante esportivo revestido em couro e aquecido, o utilitário-esportivo da VW poderia ser considerado o “primo pobre” do Cayenne. Agora, foi promovido para “primo menos rico” do Porsche. E continua custando muito menos: o Touareg R-Line só vem com o motor V-8 FSI de 360cv e foi tabelado pela VW do Brasil a partir de R$ 334 mil, mais uns R$ 30 mil de opcionais. Por esse preço dá para comprar apenas um Cayenne V6. Mas aí vem a pergunta: “Levas para casa um SUV com o logo Porsche no capô, apesar do motor V6 de ‘apenas’ 300cv, ou, pelo mesmo preço, compras um VW com um poderoso V8 de 360 cv?”
Prazeroso Rodar com o Touareg da Volkswagen é bastante prazeroso para quem gosta de um SUV avantajado. Acelera como um esportivo: o motor V8 de 360cv o leva a 100 km/h em 6,5 segundos. As rodas tem um senhor diâmetro, de 20”, com pneus 275/45. O câmbio é automático tradicional (Tiptronic) com oito marchas. Só se atinge a velocidade máxima, de 245 km/h, na sexta marcha. As duas seguintes cumprem a nobre missão de reduzir consumo, emissões e ruídos. É uma caixa de excelente funcionamento, embora, em algumas raras situações, dê uma pequena vacilada ao cambiar.
O motorzão e a suspensão sofisticada chegam a despistar suas mais de duas toneladas. Além da potência de sobra para arrancadas rápidas, ele sempre tem disposição para ultrapassagens no asfalto e superar trechos mais complicados na terra. E a suspensão pneumática dá conta de segurar o bruto até em curvinhas bem sinuosas, como as da estrada de Campos do Jordão, onde a VW apresentou o carro para a imprensa. Na terra também ele se sente à vontade e os sistemas eletrônicos garantem um rodar com um mínimo de surpresas. Mas a suspensão não é capaz de neutralizar as corcovas mais proeminentes da estrada e soca um pouco. Mas também, não são muitos os que se arriscam a botar quase R$ 400 mil na lama.
Consumo? A Volkswagen não informa em sua ficha técnica. Melhor nem saber mesmo...
O jornalista viajou a convite da VW do Brasil