Quando entrou em uma concessionária Volkswagen há 30 anos para comprar seu quarto Fusca zero quilômetro, a então professora Wylse Leite de Lima não imaginava a evolução tecnológica que o modelo teria em 2013. Atualmente, a aposentada de 65 anos mantém de forma impecável o Fusca 1600 fabricado em 1983. Apesar do uso diário e das constantes viagens para o sítio, que fica a 65 quilômetros de Belo Horizonte, o carro está com pouco mais de 44 mil quilômetros rodados.
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Por ser todo original, sem retoques na pintura, o Fusca chama a atenção por onde passa. Até 1997, Wylse fazia questão de realizar as revisões em concessionárias. Mas naquele ano o veículo foi roubado e o livro de registro de manutenção se perdeu. Quando recuperou o carro, ela passou a fazer as manutenções em uma oficina de sua confiança. Sem pretensões de trocá-lo, a professora aposentada desfila orgulhosamente na direção do seu Volks e faz questão de participar dos encontros com proprietários de Fuscas.
SALTO
O Fusca deu um salto gigantesco para chegar a 2013 com pinta de carro esportivo. Ganhou motor e muita tecnologia, mas perdeu o status de carro do povo que teve até sua morte no Brasil, em 1986, e depois, ao ressuscitar de 1993 a 1996, a pedido do ex-presidente Itamar Franco. Agora, o besouro atrai a elite. Do velho Fusca, o modelo 2013 – que custa a partir de R$ 77.890 – herdou apenas o nome e as linhas inconfundíveis. Será que ele conquista os entusiastas do velho Fusca? Dona Wylse foi conhecê-lo de perto e, antes mesmo de assumir a direção, confessou: “Só trocaria meu Fusca se fosse por esse aqui”.
Para quem praticamente só dirigiu o modelo da Volkswagen até hoje, é normal as dúvidas sobre a nova geração do besouro. A aposentada questionou a ida do motor para a parte dianteira e a refrigeração, que não é mais a ar. Na primeira volta, estranhou o câmbio automatizado de dupla embreagem DSG e a sensação de espaço que se tem no novo Fusca. Ao acelerar, a aposentada exclamou: “Anda muito mais que o meu!”. Afinal, agora ele exibe um motor 2.0 Turbo, de 200cv de potência, o mesmo utilizado pela Audi e em modelos premium da Volkswagen, como o Jetta TSI e o Tiguan. Três itens chamaram a atenção da aposentada: o teto-solar, o ar-condicionado e o bom porta-malas. Mas ela se encantou mesmo foi com a praticidade do câmbio automático. “Continua belo, como todo Fusca. Esse carro tem alma, charme e nunca vai sair de moda. Fico feliz pela continuidade dele, mesmo sendo tão diferente e bem mais moderno”, diz.
A verdade é que o novo Fusca é a segunda geração do New Beetle, lançado em 1998. Com um formato de ovo de Páscoa, o veículo ganhou o público feminino e foi citado pelos gays em concursos que elegem o carro GLS do ano na Europa, Estados Unidos e até no Brasil. Apesar de ter feito uma propaganda colocando o New Beetle como o carro da diversidade, a Volkswagen masculinizou o novo Fusca, tirando o estereótipo acoplado ao besouro. Pelo visto, ele continua agradando a todos.
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