Nada de van ou micro-ônibus. O Cinco, mais novo modelo da Volare – unidade de veículos leves da gaúcha Marcopolo – busca reunir os conceitos de ambos a favor da praticidade. Disponível em três versões (escolar, fretamento ou turismo) para até 20 passageiros com motor Cummins de 150cv, a novidade traz porta pantográfica, rodado traseiro duplo e poltronas nas dimensões das de um ônibus. A carroceria, por outro lado, é integral, num esquema de produção que remete à indústria automobilística. A altura interna de 1,93m também é maior do que na maioria das vans à venda no Brasil. Depois da pré-apresentação do décimo protótipo construído, o lançamento oficial será nos dias 26 e 27 de abril em Vitória (ES). Preços ainda não foram divulgados.
A Volare define o Cinco como um veículo compacto desenvolvido exclusivamente para transportar pessoas. O que significa que ele não substituirá nenhum dos miniônibus e micro-ônibus da marca. Assim como no primeiro Volare de 1998 e nas recém-lançadas picapes Renault Duster Oroch e Fiat Toro, a proposta é a de inaugurar um segmento. O chassi e a carroceria formam uma única estrutura, que não é monobloco, ressalta a Volare, mas conta com uma estrutura tubular como nos coletivos convencionais.
Graças ao nível de automação da nova fábrica de São Mateus (ES) o painel do modelo traz plástico injetado, a lataria é soldada por robôs e há menos folgas na carroceria. Algo inabitual da produção de ônibus, feita de forma quase artesanal. A lista de equipamentos também traz semelhanças não só com as vans, como automóveis também, com itens como abertura da porta à distância, câmera de ré, navegador, além de ar-condicionado e conjunto elétrico. Tecnicamente o Volare Cinco se enquadra na classificação M3 (micro-ônibus com PBT de cinco toneladas) do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabelece as exigências de segurança de transporte coletivo de passageiros do tipo micro-ônibus e ônibus.
“Fizemos pesquisas e ouvimos os operadores de ônibus e vans. Entre as necessidades que eles listaram estavam melhor ergonomia e conveniência para o motorista, que normalmente é o dono do veículo nesse tipo transporte, custo/benefício, uma distribuição homogênea do ar-condicionado e porta pantográfica automática. Características ora presentes nas vans, ora nos ônibus. A proposta foi unir tudo isso em um só veículo”, sustenta o diretor técnico da divisão de engenharia da Volare, Roberto Poloni.
Na visão de Poloni, a maioria das vans não passa de adaptações de veículos de carga, uma vez que no mercado de micro-ônibus, primeiro é adquirido o chassi, depois a carroceria.
PROJETO Inicialmente a Volare cogitou desenvolver o Cinco em parceria com fabricantes de chassis, mas depois da contratação de uma engenharia especializada, optou por produzir o próprio chassi – estratégia parecida à dos primeiros mini-ônibus Volare, construídos com a ainda parceira Agrale. O Cinco também deverá dar origem á uma nova família, com o mesmo conceito de aplicações diversificadas. Entre elas o transporte urbano.
VERSÕES:
Escolar – 20 passageiros
Fretamento – 16 passageiros
Turismo – 13 passageiros