Lançada na última semana, a nova geração do Chevrolet Tracker oferece versões entre R$ 82 mil e R$ 112 mil. O SUV compacto tem duas opções de motor, o 1.0 turboflex que fez sua estreia no novo Onix e um inédito 1.2 turboflex, com até 133cv de potência e 21,4kgfm de torque (quando abastecido com etanol). A geração que acaba de ser substituída encerrou seu ciclo em uma decadente décima colocação dentro do segmento no acumulado de 2019. Para reverter a situação, vamos comparar sua versão de entrada com o pacote mais barato dos cinco SUVs compactos mais emplacados do ano.
PREÇO
Custando redondos R$ 82 mil, o Tracker 1.0 Turbo MT não é o mais barato. O SUV compacto mais em conta dentro desse universo é o Jeep Renegade 1.8 STD, por R$ 79.290. Vale ressaltar que mesmo nessa versão de entrada o modelo oferece câmbio automático de seis marchas, o que também só vai ocorrer com o Honda HR-V 1.8 LX CVT, mas que custa R$ 95.700 na versão inicial, ou seja, muito mais caro. Ainda antes do Tracker, no quesito preço, vêm o Nissan Kicks 1.6 S (R$ 79.990) e o Hyundai Creta 1.6 Attitude (R$ 80.990). O Volkswagen T-Cross 200 TSI também está um pouco adiante: R$ 85.990.
EQUIPAMENTOS
Preço é importante, mas é o nível de equipamentos dessas versões de entrada que definem se o custo-benefício é bom. E aqui o Tracker se destaca por trazer seis airbags, luzes de rodagem diurna e a central multimídia com wifi, além de uma série de equipamentos que são comuns em quase todos os modelo desse comparativo: controles de tração e estabilidade, rodas de liga leve com aro de 16 polegadas, rack de teto, assistente de partida em rampa, ar-condicionado, volante com regulagem de altura e distância e bancos revestidos em tecido. Vale registrar que apenas o Tracker não oferece ajuste elétricos dos retrovisores, que é um item que faz muita diferença no uso cotidiano do veículo.
Fora o SUV da Chevrolet, apenas o VW T-Cross oferece seis bolsas infláveis, mas ele é o segundo modelo mais caro. Além do já citado câmbio automático, o Jeep Renegade se diferencia pelo freio de estacionamento acionado por botão e monitoramento da pressão dos pneus. No utilitário-esportivo da Jeep, a mancada fica por conta da fallta de um simples sistema de som. O Nissan Kicks peca por ser o único a trazer rodas em aço com 16 polegadas. Já o Hyundai Creta fica devendo controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa. Já o Honda HR-V se destaca pelo câmbio automático CVT, rodas de 17 polegadas, freio de estacionamento acionado por botão e luzes de rodagem diurna, mas nada que justifique custo de R$ 14 mil a mais que a média dos demais modelos. Trocando em miúdos, o novo Tracker oferece uma boa relação custo-benefício, mas o câmbio automático pode fazer o Renegade ainda mais tentador.
CONJUNTO MECÂNICO
O segmento dos SUVs compactos nunca foi terreno fértil para a emoção, e a geração anterior do Tracker, com seu motor 1.4 turbo (de 153cv e 24,5kgfm), podia ser considerada uma excessão. O Renegade a diesel (com motor 2.0 de 170cv e 35,7kgfm) tem um desempenho fantástico, mas custa a partir de R$ 134.990.
Dentro do universo em que estamos trabalhando, também não há emoção. O melhor está nos modelos que oferecem motor 1.0 turbo, presente no novo Tracker (com até 116cv e 16,8kgfm) e no T-Cross (até 128cv e 20,4kgfm), que costuma oferecer respostas mais rápidas e menor consumo de combustível. Já o motor 1.8 flex do Renegade (até 139cv e 19,2kgfm) não oferece bom desempenho e seu consumo é bastante elevado, o que tira um pouco da competitividade alcançada com seu conteúdo .
No HR-V, o motor 1.8 flex (de até 138cv e 17,4kgfm) e câmbio automático tipo CVT oferecem desempenho sem muito brilho, e o consumo não chega a animar. O Kicks tem motor 1.6 (de até 114cv e 15,5kgfm), que, graças ao câmbio manual de cinco marchas, fica mais à mão. Mesmo caso do Creta com motor 1.6 (de até 130cv e 16,5kgfm), que tem câmbio manual de seis marchas.
DESIGN
O design é um conceito subjetivo. O Renegade é um bom exemplo, já que seu visual de jipe agrada a muitos, mas também afasta vários outros compradores. O novo Tracker ganhou um visual mais encorpado e atual não só devido às novas dimensões (com mais largura e comprimento, além de ter ficado um pouco mais baixo), mas também pelos vincos mais marcados e o novo conjunto óptico horizontalizado. Assim, cada modelo tem seu estilo: o T-Cross mescla um porte sólido com elementos dos automóveis da marca; o HR-V é uma mistura de força e tecnologia; e por aí vai...
ESPAÇO
Junto com o Renegade, o novo Tracker tem o menor entre-eixos desse comparativo, 2,57 metros, medida diretamente ligada ao espaço interno do veículo. Nesse quesito, destaque para o T-Cross, que, mesmo tendo o menor comprimento (4,19m), é o que traz o maior entre-eixos (2,65m), astutamente herdado pelo uso da plataforma do sedã Virtus. Em contrapartida seu porta-malas é o segundo menor, com 373 litros, perdendo apenas para o do Renegade, com 320 litros. O maior porta-malas é o do HR-V, 437 litros, seguido de perto pelo do Kicks (432 litros) e pelo Creta (431 litros). O compartimento de bagagem do Tracker tem 393 litros.