FolhaNews

As vendas da fabricante americana de veículos Ford Motor caíram 19% nos EUA em julho, com a contínua redução nas vendas para locadoras de automóveis --no mês passado, a queda foi de 57%. Os dados foram divulgados pela empresa nesta quarta-feira.

A empresa informou que vendeu 194.313 unidades em julho, contra 240.291 um ano antes. Segundo analistas do setor automobilístico, já havia a expectativa de que os altos preços da gasolina e a preocupação dos consumidores com a situação crítica do mercado imobiliário no país viessem a afetar as vendas.

As vendas da Ford no varejo --que excluem as vendas para frotas de locadoras-- caíram 17%. Tanto a Ford como as rivais General Motors e Chrysler vêm reduzindo as vendas para frotas, tentando se concentrar nos nichos mais lucrativos do mercado --as concessionárias e revendedoras.

Outro fator que vem afetando os resultados das três empresas é a redução na demanda por SUVs (veículos esportivo-utilitários, na sigla em inglês) e a procura por modelos mais econômicos.

O presidente da Ford para as Américas, Mark Fields, disse que a empresa tem muito trabalho à frente para se adequar às novas preferências dos consumidores e que "julho foi um lembrete oportuno dos desafios econômicos e de competitividade que enfrentamos".

As vendas de automóveis de passageiros caíram 33%, para 60.088 unidades, enquanto as vendas de caminhonetes e SUVs caíram 11%, para 135.157 unidades. A Ford não modificou suas previsões de produção: a empresa espera produzir 640 mil unidades no terceiro trimestre (no mesmo trimestre de 2006 a produção chegou a 642 mil unidades).

Na semana passada a empresa anunciou um lucro de US$ 750 milhões no segundo trimestre, primeiro resultado positivo em dois anos. A companhia anunciou que a receita passou de US$ 44 bilhões no primeiro trimestre a US$ 44,2 bilhões no segundo, 6% a mais que no mesmo período do ano passado. A Ford registrou perdas de US$ 317 milhões no segundo trimestre de 2006 e fechou o ano com um prejuízo de US$ 12,7 bilhões.

O presidente e executivo-chefe da Ford, Alan Mulally, disse na semana passada que a companhia continua "centrada nas quatro prioridades do plano: reestruturar a empresa para operar com rentabilidade, acelerar o desenvolvimento dos produtos, melhorar a folha de resultados e trabalhar mais efetivamente de forma conjunta como uma equipe global".