Tetê Monteiro, do Estado de Minas
Revendedores de automóveis usados de Minas Gerais estão otimistas sobre a recuperação do mercado com o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos leves previsto para 31 de março. Empresários do setor apostam em aumento de até 30% nas vendas este ano. A alíquota para carros novos 1.0 flex ou a gasolina vai subir de 3% para 5%. Já para os modelos 1.0 a 2.0, álcool ou flex, a taxação passa a ser de 11%, após 1º de abril, ante os atuais 7,5%. Os encargos para carros a gasolina 1.0 a 2.0 já estão em 13% . Detalhe importante: o comércio promete se reaquecer ainda mais para seminovos com até quatro anos de uso.
"Com a redução do IPI, as vantagens serão reais para quem for comprar um modelo seminovo, com três a quatro anos de uso. A desvalorização do carro antigo, com média de 10 anos, deve continuar", afirma o dono da Auto Sul Veículos, Moacir de Souza, que tem 43 anos de experiência no comércio de usados. Ele afirma que em janeiro as vendas já surpreenderam em relação a dezembro: "Trinta porcento a mais", diz.
Souza, que vende em média 30 carros por mês, quer esquecer 2009. "Foi um ano difícil", afirma. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que no ano passado foram comercializados quase 6,1 milhões de usados, queda de 2,76% em relação a 2008. Em janeiro, o mercado nacional de automóveis - 479,3 mil unidades vendidas - novamente amargou retração de mais de 23% ante dezembro, mas evoluiu 14,61% frente ao mesmo mês de 2009. De acordo com a Fenabrave, para cada automóvel novo vendido em janeiro, foram comercializados três usados.
Mesmo para que registrou queda nos negócios no mês passado, 2010 promete ser um ano diferente dos dois últimos. "A retração de 50% já era esperada, pois janeiro é um mês em que as pessoas têm um orçamento apertado por causa das despesas tradicionais de início de ano, como o IPTU e o IPVA, por exemplo", explica o proprietário da Stillus Automóveis, José de Melo Júnior. Ele, que comercializa em média 20 veículos por mês, está confiante. "Com o fim do IPI, as vendas vão melhorar gradativamente e espero fechar o ano com o dobro de veículos negociados", reforça o lojista.
Outro revendedor que não esconde o otimismo é o proprietário da Special Car, Sérvulo Campolina Barbosa Júnior. "A pior parte da crise que enfrentamos já passou. Quem sobreviveu, vai começar a colher os frutos a partir de 1º de abril, depois do fim da redução do IPI em março", declara o lojista que prevê crescimento de 25% neste ano. Segundo ele, os preços dos usados também estão atrativos. "Noventa por cento dos modelos estão em média R$ 1 mil abaixo da tabela Fipe", afirma.