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Veículos usados na Segunda Guerra Mundial vão em comboio de Minas para o Rio

Colecionadores encaram viagem de mais de 300 km com jeeps fabricados há mais de 70 anos

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Veículos usados na Segunda Guerra Mundial vão em comboio de Minas para o Rio
Veículos usados na Segunda Guerra Mundial vão em comboio de Minas para o Rio Foto: Veículos usados na Segunda Guerra Mundial vão em comboio de Minas para o Rio

Veículos ficaram perfilados 4ª Companhia de Comunicações Leve do Exército, na Região da Pampulha

Quem passar pela rodovia BR-040 em direção ao Rio de Janeiro neste fim de semana terá a impressão que voltou no passado ao ver um comboio de jeeps clássicos. Trata-se da “Coluna da Vitória”, que vai comemorar os 70 anos do embarque dos pracinhas brasileiros para a Segunda Guerra Mundial. Na estrada, veículos militares que foram utilizados no conflito encaram centenas de quilômetros até a antiga capital federal.

Os veículos foram fabricados entre os anos de 1940 e 1945 e hoje pertencem a colecionadores. Alguns modelos construídos após o período também participam da aventura. De Belo Horizonte, são dez jeeps e caminhões, mas vários outros vão integrar o comboio até o Rio, onde são esperados pelo menos 82 viaturas.

Os mineiros vão percorrer cerca de 320 km e os participantes vão usar fardamento idêntico ao utilizado em 1944. Dois ex-combatentes, com idades de 92 e 93 anos , também vão encarar o desafio. A viagem começa nesta sexta-feira de São João Del Rey até Juiz de Fora.


“Estamos lembrando os 70 anos do embarque da FEB (Força Expedicionária Brasileira) para a Guerra. Esses caras lutaram contra os opressores nazi-facistas e se hoje vivemos livres foi graças à esses que deram a vida por um mundo melhor”, explica Marcos Renault, presidente da Associação Brasileira de Preservadores de Viaturas Militares (ABPVM) , entidade que realiza o evento em parceria com o Grupo Histórico FEB (GHFEB).

Carros serão escoltados e velocidade máxima ficará nos 50 km/h



O comboio vai se encontrar com outros 60 de Caçapava (SP) em Petrópolis (RJ) no sábado. No domingo, todos descem a serra até a capital fluminense onde haverá solenidade no Aterro do Flamengo, diante do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. Os veículos partem dos mesmos três pontos onde os pracinhas foram foram reunidos antes do embarque, o 11º Regimento de Infantaria (RI) de São João Del Rey, o 6º RI de Caçapava e o 1º RI do Rio de Janeiro.


O modelo mais antigo no comboio será um protótipo original da Ford de 1940, que antecedeu à produção em série do jeep. O veículo pertence a João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso e presidente do GHFEB. O músico também participa da Coluna. O veículo tem a sigla GP, ou General Propose, e sua pronúncia que originou o nome “jeep”.

Para encarar o desafio, as viaturas passaram por uma grande reforma e foram levados em caminhão-prancha de Belo Horizonte para São João Del Rey. Durante o caminho, serão escoltados por batedores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Exército Brasileiro (EB), que apoia o evento.

“Cada um teve que fazer uma manutenção preventiva e corretiva para se adaequar, pois é uma caminhada longa até o Rio. Algum teve que trocar o pneu, o outro o platinado e há estoque reserva de óleo. Acredito que todos chegam lá”, afirma Marcos Renault, que é proprietário de um modelo Ford GPW 1942.

Para manter a segurança na estrada, os veículos do comboio seguirão normas para preservar tanto a segurança dos condutores e demais motoristas, como a mecânica dos jeeps, que têm até placa preta. A velocidade máxima ficará nos 50 km/h e haverá diversas paradas pelo caminho. A maioria dos modelos é equipada com motor Continental com três marchas.

Na contramão de colecionadores de carros antigos que evitam ao máximo colocar as raridades nas ruas, o presidente da ABPVM diz que os membros seguem exemplos de outros países. “Na Europa e Estados Unidos são comuns rallies e caravanas com carros antigos, exatamente para divulgar a memória deles. Queremos fazer justiça lembrando aqueles que lutaram pela paz “, afirma Renault.

Modelos pertencem a colecionadores particulares, que vão viajar com farda idêntica à utilizada pela FEB