A tradicional marca inglesa de esportivos Aston Martin fechou 2007 de volta às mãos dos britânicos. Depois de passar 13 anos sob o controle dos americanos da Ford, a montadora foi vendida a consórcio de investidores, que também contou com injeção de petrodólares vindos do Kuweit. O acontecimento pode passar despercebido pela maioria, mas é emblemático. Desde a venda da Rover para os chineses, que todas as montadoras inglesas (com exceção dos pequenos construtores) eram controladas por empresas estrangeiras.
O primeiro modelo para comemorar a nova fase foi apresentado em dezembro, o V12 Vantage RS. O modelo também marca a inauguração do primeiro centro de estilo exclusivo da marca. Derivado do Vantage V8, o RS é classificado de conceito pela Aston Martin, mas, como os próprios construtores admitem, seria facilmente produzido em série e é usado como exemplo da flexibilidade da arquitetura da família Vantage.
O principal foco de atenção no modelo é o motor V12 6.0 de 600 cv, com diversas modificações que foram desenvolvidas para os carros da marca que competem nas categorias de turismo. Mas, no processo de desenvolvimento, os projetistas também trabalharam para diminuir o peso tanto para melhorar o desempenho quanto para otimizar o uso da potência já disponível com consumo menor. Um dos elementos chave para a redução foi o uso de materiais avançados como a fibra de carbono no capô, tampa do porta-malas e freios.
Dessa forma, a relação peso-potência do RS é de 375 cv por tonelada, o que se traduz em uma aceleração até 100 km/h em 3,8 s. Para chegar aos 160 km/h, também partindo da imobilidade, são necessários 8,5 s, marca mais rápida de qualquer modelo já produzido pela Aston Martin.
Com relação ao modelo que lhe deu origem, o Vantage RS tem algumas diferenças estéticas que não têm apenas a função de deixar o carro mais bonito ou agressivo, pois foram determinadas por razões técnicas. É o caso, por exemplo, das saídas de ar no capô, que ajudam na refrigeração e o aerofólio retrátil, que se eleva em altas velocidades para aumentar a aderência.
Apesar de todo o apelo esportivo do modelo, o interior pode ser traduzido em uma palavra: opulência. Aliás, nisso os ingleses são mestres. O estilo básico do Vantage foi mantido, mas o tradicional couro foi substituído por camurça, que transmite sensação ainda mais acolhedora aos ocupantes. O material contrasta com a fibra de carbono, usada em áreas em que normalmente seria aplicada madeira. No mais, apenas placas com os dizeres hand built in England (feito à mão na Inglaterra) lembram que este protótipo é único.