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Usuários preferem piso baixo

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Piso plano e suspensão que pode rebaixar no embarque são atrativos do coletivo

 

A cada renovação de frota, os ônibus de piso baixo estão desaparecendo das garagens das empresas operadoras do transporte coletivo de Belo Horizonte. Antes exigidos nos mais variados tipos de linhas pela BHTrans, os coletivos que se diferenciam pelo piso plano entre as portas dianteira e central, e suspensão que rebaixa no embarque e desembarque, atualmente representam apenas 4% da frota da capital. São 122 veículos com piso baixo em circulação, quase todos fabricados há 10 anos, prazo máximo de operação para um coletivo na capital. Do restante de 2.732 ônibus convencionais, 1.564 são equipados com elevador para portadores de necessidades especiais, que sai mais em conta para as empresas. Os ônibus de piso-baixo são mais caros, consomem mais combustível, requerem mais manutenção e são pouco valorizados na hora da revenda.

E o usuário, como fica nessa história? Para saber o que o passageiro acha da extinção do coletivo que dispensa degraus, nossa reportagem embarcou num piso baixo da linha 66 na Savassi (Região Central de Belo Horizonte) e ouviu diferentes opiniões até o ponto final, na Cidade Administrativa (Zona Norte). A começar pela trocadora do coletivo, Adriane Souza, que, por ser portadora de necessidades especiais, já enfrentou esforço ao embarcar na linha 1505. “Além de ser mais confortável para o passageiro subir e descer, o piso baixo também é bom para cobrador e motorista. O elevador é útil, mas requer manutenção diária da empresa”, avalia. Para a diarista Januce Rodrigues, o único ponto negativo do veículo é o corrimão, que devido ao fato de o piso ser rebaixado, fica em posição muito elevada. “É difícil se apoiar com o ônibus em movimento”.

Tanto o estudante Marlon Henrique quanto o aposentado Expedito José Ramos aprovam a operação com esse tipo de ônibus no sistema. “Quem paga o custo do coletivo é o próprio usuário. Pessoas que têm problemas e dificuldades precisam contar com um acesso facilitado no ônibus. Depois de uma certa idade, fica difícil embarcar”, alega Ramos. Para o motorista do piso baixo, Cássio Henrique, além de ter suspensão macia, este tipo de ônibus elimina boa parte do ruído do motor que, ao contrário da maioria dos ônibus convencionais, fica instalado na traseira do veículo.

Para a cozinheira Júlia Campos, bancos do ônibus poderiam ser menos elevados