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Toyota produz esportivo GT 86 que custa menos de US$ 30 mil

Esportivo tem linhas agressivas, de baixo custo e que voa baixo. E pensa em importá-lo para o Brasil, onde chegaria custando cerca de R$ 130 mil

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Toyota GT 86 foi apresentado pela primeira vez no Salão de Tóquio de 2011. Com muito desempenho, emoção o modelo atual custa menos de US$ 30 mil


Diz um jornalista do setor que dirigir um Corolla é tão emocionante quanto operar um forno micro-ondas. Mas esta é a ideia da Toyota: produzir um sedã careta, familiar, mecânica “arroz com feijão”, muita qualidade e nenhuma pretensão esportiva.

Em compensação, quando Toyoda, neto do fundador, presidente atual da empresa e a-pai-xo-na-do por automóveis, pediu a inclusão de um esportivo na gama, se possível de baixo custo, seus engenheiros não vacilaram e pouco depois lá estava o Toyota GT 86, apresentado no Salão de Tóquio de 2011. Com muito desempenho, emoção e custando menos de US$ 30 mil. A empresa quer importá-lo para o Brasil, e chegaria na (competitiva) faixa de R$ 130 mil.

Mecânica Motor boxer (horizontal) de quatro cilindros, 2.0, com 200cv. Veio “emprestado” da Subaru, especialista no assunto e que joga o centro de gravidade para baixo, estabilidade para cima. Trouxe do Lexus a injeção dupla: direta e indireta. Na dianteira, com tração traseira, como convém a um bom esportivo. O câmbio pode ser manual ou automático (sequencial, aletas sob o volante) de seis marchas. Suspensão independente na dianteira (McPherson) e traseira.

Recursos Poucos e bons: diferencial autoblocante, controle de tração e estabilidade com opções Normal, Sport e Desligado. Freios com ABS, EBD e BAS.

Interior Esportivamente correto, bancos anatômicos que seguram bem e encaixam o motorista como um Porsche. Tipo 2%2b2 para adultos na frente, crianças (ou gatos) atrás. Bom acabamento, painel com conta-giros que chama a atenção, pois ponteiro não vacila. Boa ergonomia.

Dimensões
Deve ser o menor 2%2b2 do mundo, pois tem apenas 4,24m de comprimento, 2,57m de entre-eixos e pesa apenas 1.200kg. Acelera até 100km/h em rápidos 7,6 segundos, máxima de 230km/h. Rodas de 17 polegadas.

Madrinha à frente

O GT 86 foi cedido para jornalistas brasileiros numa pista perto de Nagoia (Gamagori). Deveria ser um “test drive”, mas, apesar de curta e travada, a Toyota travou-a mais ainda com um ridículo “carro madrinha” segurando a fila. Tentaram, mas não conseguiram impedir a percepção de ser um “foguetinho” grudado no asfalto. Também pudera: leve, centro de gravidade baixo, boa distribuição de peso (53% na frente), diferencial autoblocante, suspensão independente e motor superesperto. Pelo preço, é imbatível, pois anda mais e custa (lá fora) o mesmo que o Peugeot RCZ (motor THP de 165cv). E não anda muito menos que o Audi TT (211cv) que, aqui, custa mais de R$ 200 mil. Acelerar o GT 86 traz de volta o prazer de dirigir um esportivo com um mínimo de eletrônica para não “pasteurizar” seu comportamento. Até o pequeno volante acentua sua esportividade. Pena que o carro “avaliado” tivesse câmbio automático (dupla embreagem), pois o manual deve ser ainda mais prazeroso. Seu conjunto mecânico é tão afinado que receberia – sem protestar – mais uma boa tropa sob o capô.

Motor de 200cv reage mal ao etanol misturado à nossa gasolina


Vem ou não vem?


O Toyobaru (seu apelido, pois é irmão do Subaru BRZ) tem preço, desempenho, estilo agressivo e imagem favorável da marca para torná-lo um sucesso no nosso mercado. Custa lá fora o mesmo que um Prius, vendido aqui por R$ 120 mil. Mas, testado pela Toyota do Brasil, surgiu um problema mecânico: o motor boxer perde durabilidade, pois a lubrificação sofre com o álcool misturado à nossa gasolina, segundo os técnicos japoneses. Nada, dizem eles, que os engenheiros da Toyota não resolvam em alguns meses, desde que tenham o sinal verde da empresa. Mas que, por enquanto, está no amarelo.