De Florianópolis (SC) - Qualquer outra montadora faria artimanhas mil para aproveitar uma oportunidade de ressaltar a liderança de vendas e produção do mercado mundial de automóveis. A Toyota não. Os executivos da empresa não tocam no assunto. Apenas falam da revisão de planos, de cautela, usando palavras amenas, condizentes com a crise que assombra o setor. Não foi diferente durante a apresentação de duas versões do utilitário-esportivo Hilux SW4, que, além da opção com motor a diesel já disponível, passa a contar com um V6 4.0l 24 válvulas VVT-i, de 238 cv, e um quatro cilindros 2.7 VVT-i 16 válvulas, de 158 cv, ambos a gasolina.
O motor V6 tem torque elevado, de 38,3 kgfm a 3.200 rpm, e é ligado a uma caixa de transmissão automática de cinco velocidades, com sistema de inteligência artificial, que interpreta as condições por onde o veículo trafega. Já o quatro cilindros 2.7 é o mesmo da picape Hilux e tem torque de 24,5 kgfm a 3.800 rpm. Com opções de transmissão manual, de cinco velocidades, e a automática, de quatro marchas, com gerenciamento eletrônico.
Para o V6, a tração é a mesma 4x4 permanente com reduzida da versão diesel, com possibilidade de bloqueio de diferencial. As versões equipadas com o motor 2.7 têm tração 4x2. A suspensão, em ambas as versões, é independente nas quatro rodas, sendo que a dianteira tem barra estabilizadora, braços duplos triangulares e molas helicoidais. A traseira é do tipo 4link.
As vendas começam em 16 de abril e, certamente, a Hilux SW4 enfrentará mercado apinhado de concorrentes. O modelo de entrada custa R$ 119.700 (2.7, manual) e a V6 automática, R$ 156.800. A Toyota disponibilizou o utilitário-esportivo para o teste de primeiras impressões em um circuito mequetrefe, de apenas 20 quilômetros, totalmente plano e com trânsito intenso, prejudicando a avaliação das duas versões.
A única modificação de estilo e acabamento em relação à versão a diesel, que foi lançada no ano passado, é a ausência da entrada de ar no capô, pois os motores a gasolina não têm intercooler. A Toyota acredita que os clientes do SUV a gasolina, principalmente da versão quatro cilindros, podem ser os mesmos que compram minivans, apesar da gritante diferença de preços - e também de proposta - entre os dois segmentos.
Na versão mais sofisticada, o acabamento interno é agradável, com o revestimento dos bancos e das laterais das portas em couro, na cor bege. Tem também detalhes em madeira na portas e no painel, além de ajuste elétrico para os bancos. Já na versão de entrada, o revestimento é em tecido bege, sem o aspecto sofisticado. Ambas as versões têm a terceira fileira de bancos, que eleva a capacidade para sete passageiros. A última fileira pode ser rebatida, ampliando o espaço do porta-malas. O pecado de ambas é a ausência de apoio de cabeça e cinto de três pontos para o assento central da segunda fileira.
(*) Jornalista viajou a convite da Toyota