Do Guarujá (SP) - O bolo que representa o segmento dos sedãs médios no Brasil ganhou muito fermento nos últimos anos - cresceu 29% em 2007, em relação a 2006, passando de 128 mil para 166 mil unidades - e está ficando cada vez mais apetitoso e cobiçado. E quem ficou até esta semana com a maior fatia foi a Honda. Ficou porque a Toyota, que liderava antes da chegada do Civic, quer reagir, com o lançamento esta semana da 10ª geração do Corolla, que tem como principais atrativos o design elegante, lista de equipamentos mais completa e novas tecnologias. Os dirigentes da marca japonesa acreditam que a retomada da liderança aconteça em 2009.
Para tentar destronar seu principal concorrente, que tem no design seu mais forte apelo, o Corolla também entrou no bisturi. Mas parece que os designers da Toyota, que passaram quatro meses em Turim, na Itália, para aprenderem alguns aspectos do estilo local, mataram algumas aulas. O visual, baseado no do irmão maior, o Camry, é até mais conservador que o atual, embora tenha incorporado algumas inovações estilísticas importantes para a sua modernização, como capô com vincos bem acentuados, pára-choques com linhas marcantes, grade do radiador com barras horizontais cromadas, faróis com formato mais alongado e três parábolas, linha de cintura alta, teto de perfil baixo, tampa do porta-malas mais "musculosa" e lanternas mais recortadas. Na verdade, a Toyota não nega que tenha optado pela elegância, em detrimento da esportividade.
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Plataforma
A polêmica que já se formou em torno do novo Corolla é a seguinte: trata-se de um carro completamente novo ou uma reestilização mais profunda? Nem uma nem outra. A plataforma é nova: o sedã cresceu 1 cm no comprimento e 5,5 cm na largura e ficou mais baixo em relação ao solo (de 17 cm para 16,5 cm). Como se não bastassem as medidas bem parecidas com as do modelo anterior, a medida de entre-eixos, determinante para o espaço interno, se manteve a mesma (2,60m), ou seja, continua 10cm menor que a do Civic. Por outro lado, a Toyota adotou também o assoalho traseiro liso, o que melhora o conforto no banco de trás. Mas o apelo mais forte do Corolla na questão do espaço é o porta-malas, que teve sua capacidade aumentada (de 437 litros para 470 litros), acomodando agora 130 litros a mais que o do concorrente direto.
A mesma filosofia adotada nas mudanças externas também orientou as alterações internas. O interior é sóbrio, elegante e até sofisticado, como na versão topo de linha, a SE-G, que ganhou apliques imitando madeira, detalhes cromados e acabamento em couro bege claro. O painel é totalmente novo e se integra com o design dos painéis de porta. Os instrumentos ganharam nova padronização e iluminação, que facilitam a visualização. Todas as versões agora vêm de série com ar-condicionado; direção com assistência elétrica; travas, vidros retrovisores externos com controle elétrico; apoio de braço central deslizante; coluna de direção com regulagem de altura e profundidade; computador de bordo (relógio, consumo médio e instantâneo, autonomia e velocidade média); e abertura interna do bocal do tanque de combustível e do porta-malas. Outras novidades importantes são os airbags laterais (opcionais nas versões XEi e SE-G); sensores de estacionamento e de chuva; faróis com luzes de xenônio, lavador e regulagem de altura automáticos; e sistema de som, com MP3, WMA e capacidade para seis CDs.
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O motor é o 1.8 16V VVTi Flex, que agora desenvolve 132 cv com gasolina e 136 cv com álcool. A perda de 4cv com apenas gasolina se deve, segundo os engenheiros da Toyota, à instalação de mais um catalisador e ao aumento da pressão no escapamento. A opção do motor 1.6, a gasolina, de 110 cv, continua disponível, mas em quantidade limitada, sendo mais voltada para portadores de necessidades especiais. A Toyota também não mexeu no sistema de partida a frio, que tem reservatório de gasolina posicionado atrás do cofre do motor, o que representa mais segurança. O câmbio manual de cinco marchas (disponível nas versões Xli e XEi, ambas com motor 1.8) ganhou novas relações de marchas e ficou mais leve. A transmissão automática de quatro marchas (disponível para todas as versões) recebeu novo sistema de controle eletrônico, que, segundo a Toyota, melhora a performance e reduz o nível de emissão de poluentes.
Dirigindo
O primeiro contato foi em um percurso muito curto e apenas de asfalto. Mas foi possível notar que a suspensão tem um bom compromisso entre conforto e estabilidade; que as relações de marcha estão bem dimensionadas para o motor 1.8; e que o sistema de direção está bem calibrado para baixas e altas velocidades. Mas os engates do câmbio manual são um pouco duros, embora precisos.
Preços: R$ 62 mil (Xli manual); R$ 66 mil (Xli automático); R$ 68,5 mil (XEi manual); R$ 70,4 mil (XEi manual, com bancos em couro); R$ 72,5 mil (XEi automático); R$ 74,5 mil (XEi automático, com bancos em couro); e R$ 87,3 mil (SE-G automático). Só para comparação, os preços atuais do Civic são R$ 65.460 (LXS manual), R$ 70.520 (LXS automático) e R$ 85.235 (EXS automático, com bancos em couro). O LXS com bancos em couro custam R$ 67.115 (manual) e R$ 72.160 (automático).
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(*) Jornalista viajou a convite da Toyota do Brasil.