Há um grupo de montadoras no Brasil que costuma ser identificado pelo jargão de newcomers (algo como as novatas, em tradução livre). São as empresas que se instalaram no país na década de 1990 aproveitando o crescimento do mercado que veio junto com a estabilidade econômica do Plano Real. Os membros deste clube informal são as francesas Renault, Peugeot e Citroën; as japonesas Honda, Nissan, Mitsubishi e Toyota, além das alemãs Mercedes e Audi, que desistiram da empreitada e não vendem mais veículos feitos no país.
Mas o que muita gente se esquece é que a Toyota, apesar de só fabricar carros no Brasil a partir de 1998, está presente no país desde praticamente os primórdios da indústria automotiva e, neste ano, comemora 50 anos de atuação no Brasil.
O primeiro escritório da empresa foi inaugurado em São Paulo em janeiro de 1958 e em dezembro a Toyota inaugurava a linha de montagem, também na capital paulista. Os primeiros veículos saíram da linha de montagem cinco meses depois. Era o jipe Land Cruiser, trazido na forma de CKD. Era apenas montado no país com componentes importados e recebeu o nome de Bandeirante.
A linha de produção foi expandida em 1962, com a inauguração da fábrica de São Bernardo do Campo, e a produção do Bandeirante passou a ser nacionalizada. O veículo ficou em produção ininterrupta até 2001, período no qual saíram 103.750 unidades da linha de produção. Com o encerramento da produção do Bandeirante a fábrica do ABCD passou a produzir componentes e peças de reposição.
Uma nova etapa na história da Toyota no Brasil ocorreu em 1996, quando a montadora adquiriu um terreno em Indaiatuba, também no estado de São Paulo, para construir a unidade industrial que seria responsável pela produção de veículos de passeio. O modelo escolhido foi o Corolla, carro de maior sucesso da empresa, e o primeiro exemplar nacional ficou pronto em setembro de 1998.
Em junho de 2002, a Toyota do Brasil começou a produzir o novo Corolla, modelo que marcou a consolidação da marca, alcançando a liderança de mercado no segmento. Em menos de dois anos de atividade, a planta do interior de São Paulo atingiu a marca das 100 mil unidades produzidas. Em maio de 2004, outro marco na história da montadora no país, o lançamento da Fielder, perua do Corolla. O modelo não só representou uma aposta importante da empresa no país, como reavivou um segmento que estava praticamente esquecido desde o surgimento dos monovolumes.
Em março de 2005, foi a vez do centro de distribuição de Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre. A instalação funciona como um pólo logístico entre Brasil e Argentina, não apenas para mandar os modelos nacionais para o país vizinho, mas também para cuidar da entrada da Hilux e SW4, que são feitos na fábrica de Zárate, próximo a Buenos Aires.
Em maio do ano passado, a marca entrou na era do flex, com o Corolla. Neste ano, nova geração do sedã começa a ser feita em Indaiatuba, com lançamento previsto para abril, e o ano deve marcar também a decisão da empresa sobre a produção de um novo compacto, que pode vir a ser feito no Brasil ou na Argentina.