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Teste do Renault Duster 2.0 4x4

Apesar de não ter reduzida, o Duster 4x4 se sai bem em terrenos acidentados sem perder a pose no asfalto. O desempenho é bom e os engates do câmbio são precisos

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Foto:

Linhas musculosas e assimétricas formam conjunto parrudo e o tradicional borrachão na parte inferior da porta dissimula altura

Estribo é acessório e dificulta entrar e sair do carro

Porta-malas não é dos maiores, mas tem boa capacidade

 

 

O Duster é o quarto integrante da linha Logan – os outros são o Sandero e o MCV, misto de utilitário e perua, que não é vendido no Brasil. O SUV era o sonho da Renault para se fortalecer no mercado nacional. A receita deu certo: o carro é sucesso de vendas no primeiro mês de comercialização. O estilo parrudo caiu no gosto do público. Apesar das dimensões avantajadas, o Duster tem alguns centímetros a menos de comprimento em relação a alguns hatches médios, como Focus e Bravo. Porém, é mais alto e largo.

DENTRO Espaço interno de veículo médio é característica da filosofia Logan, mas com preço de carro compacto. O Duster foge à regra na versão topo de linha, pois o material plástico usado no acabamento interno é o mesmo do Logan e as maçanetas externas são do Sandero, assim como outros elementos de estilo. Mas o preço dessa versão é alto. Três pessoas se acomodam bem no banco traseiro. Porém, a inclinação excessiva do encosto para trás provoca desconforto (leia avaliação ergonômica). A posição mais verticalizada é adequada. O porta-malas tem boa capacidade de carga e o estepe fica dentro do porta-malas.

SUSPENSÃO O sistema multilink da traseira, que é exclusivo da versão 4x4, reúne conforto e estabilidade, transferindo pouco as imperfeições do piso para o habitáculo. A inclinação da carroceria é praticamente imperceptível até em curvas acentuadas. O comportamento dinâmico é ótimo para um utilitário.
O sistema de tração 4x4 é acionado sob demanda por meio de comando na parte inferior do painel central. Em trechos escorregadios, há opção de bloqueio do diferencial.

DIREÇÃO Incomoda a vibração do sistema de direção em manobras, mesmo aquelas feitas em piso liso. Trata-se de característica observada também no Logan e no Sandero. E a direção é mais pesada do que a de outros utilitários. Porém, o diâmetro de giro pequeno torna mais fácil manobrar em espaços apertados. Os retrovisores externos poderiam ser maiores, principalmente pelas dimensões do veículo. O motorista fica em posição elevada por causa da boa regulagem de altura do banco. E isso é o trunfo dos utilitários.

Incomoda muito a velocidade máxima dos limpadores de para-brisa, que é insuficiente em chuvas fortes. Aliás, característica da linha Logan que precisa ser revista para evitar apuros sob temporais. Incomoda a ausência de iluminação dos interruptores dos vidros.

DESEMPENHO Sem exageros, o Duster é daqueles carros que todo motorista gosta de dirigir. O câmbio está muito bem casado com o motor 2.0, que tem torque e potência para otimizar desempenho em todas as situações. Os engates são precisos. A força do motor é tamanha que mesmo com o ar-condicionado ligado o desempenho permanece praticamente inalterado.

A primeira marcha é apenas para tirar o carro da inércia e ajuda muito no fora de estrada. A segunda também é curta. Na cidade, roda-se tranquilamente em quarta marcha, sem forçar o motor. Na estrada, a sexta marcha ajuda na economia de combustível. O consumo não é baixo nem assustador desde que o motorista não afunde o pé no acelerador: varia de 5km/l a 6,5km/l na cidade e de 10km/l a 12km/l na estrada com gasolina. Com etanol, a média no ciclo urbano foi de 5,5km/l e na estrada cerca de 9km/l.

CONCLUSÃO Os utilitários caíram no gosto dos consumidores em todo o mundo. Apesar de o Duster não ser referência em acabamento, o conjunto é bom e agrada facilmente. Os bons ângulos de ataque e saída são atributos essenciais no fora de estrada. Um pecado o pneu não ser pelo menos de uso misto. O Duster deveria custar menos, mas carro é caro no Brasil.