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Tecnologia - O big brother do carro

Computadores de bordo não são mais exclusividade dos modelos sofisticados e fornecem informações que podem ajudar bastante o motorista a reduzir os gastos com o veículo

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A eletrônica embarcada deu um impulso enorme na evolução dos veículos, pois o gerenciamento eletrônico dos diversos sistemas permitiu mais precisão e controle. O computador de bordo surgiu em modelos vendidos no Brasil na década de 1980 e inicialmente equipava apenas os carros mais sofisticados. Atualmente, estão presentes até mesmo nos chamados populares. Saiba como aproveitar todas as informações fornecidas por esse verdadeiro grande irmão? do carro, que fica constantemente de olho em várias funções do veículo, e projeta dados preciosos geralmente no alto do painel central ou no de instrumentos, entre o velocímetro e o conta-giros. O computador geralmente tem dois comandos: um para mudar a funções e outro para zerar o cálculo.

Consumo médio

Para aquele motorista que mede constantemente o consumo do seu veículo com base nos enchimentos e usando a famosa "regra de três", o computador de bordo pode facilitar bastante esse trabalho, além de tornar os resultados mais precisos. De acordo com Nilton Monteiro, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), esses cálculos podem apresentar imprecisão devido à inclinação (lateral ou longitudinal) do veículo na hora do abastecimento, mesmo usando a mesma bomba; à diferença de pressão (maior ou menor) no gatilho no momento do enchimento; e à temperatura ambiente. ?Por exemplo, o gatilho pode afogar e interromper o abastecimento antes do previsto?. Alguns modelos trazem a informação do consumo em litros por 100 quilômetros (L/100), padrão europeu de medição. Basta dividir 100 pelo número fornecido para encontrar a informação em km/l.

Instantâneo

Essa informação pode ser muito útil para o motorista que quer dirigir de forma mais econômica, pois ele vai perceber que o consumo aumenta à medida que ele pressiona o pedal do acelerador. Ao prestar atenção à essa informação, o condutor vai notar que, na maioria das vezes, ele não precisa pisar tão fundo no acelerador para obter a mesma força do motor ou que, em alguns casos, ele pode desacelerar bem mais cedo, como ao perceber a luz vermelha do semáforo. Nilton Monteiro aconselha a dirigir com os giros sempre próximos da faixa de torque máximo do motor (informação que pode ser obtida no manual do proprietário), para conseguir o menor consumo.

De A ou de B

A maioria dos computadores de hoje fornecem duas opções (A e B) de medição do consumo, o que é ideal para veículos que são dirigidos por mais de um motorista. Com isso, é possível saber qual dos dois tem o "pé mais pesado" e dirige de forma mais "agressiva". Esse tipo de medição também serve para o motorista que usa dois percursos diferentes para ir ao trabalho, por exemplo. Por meio dessa informação, ele pode saber em qual deles o consumo é maior. O condutor também pode usar essas duas possibilidades de cálculo para medir consumo em cidade e estrada.

Autonomia

Essa informação (de quantos quilômetros o veículo ainda pode rodar com o que resta no tanque) pode ser fundamental, principalmente se você está viajando naquele feriado por estradas mais desertas e quase sem postos de abastecimento. Com base nesse dado, o motorista também pode dosar o acelerador de forma a adequar o nível de combustível restante à distância até o próximo posto.

Tempo de viagem

Indica o tempo gasto para percorrer tal distância e funciona como um cronômetro normal. Tem algumas utilidades, como medir em qual percurso (para ir e voltar ao trabalho) se gasta menos tempo.

Avisos importantes

O computador de bordo muitas vezes é um verdadeiro guardião, informando que uma porta está aberta; que chegou o momento para aquela inadiável revisão ou troca de óleo; que alguém não afivelou o cinto de segurança; entre outros. Alguns veículos mais modernos vêm equipados com sistema que monitora a pressão dos pneus. Isso é fundamental para evitar desgaste irregular e prematuro e até acidente.

Sistema integrado

Na verdade, os computadores de bordo também controlam aquelas funções que não têm interface com o usuário, como sensores de chuva e crepusculares, que podem acionar automaticamente limpadores de para-brisa e faróis, respectivamente; chaves inteligentes, que ?percebem? que o motorista se aproximou do carro, liberando a trava das portas e a ignição e o prepara para dar a partida; sistemas de telefonia celular (Bluetooth), que integram o sistema de som com o aparelho de telefone, por meio de alto-falantes e microfones, para evitar que o motorista tire as mãos do volante; sistema de controle automático de velocidade, entre outros.

No futuro

O grande irmão vem evoluindo tanto que, em futuro não muito distante, vai controlar tudo, deixando pouquíssimas tarefas para o motorista, que poderá transformar o veículo em casa, escritório, dormitório, ou sala de entretenimento. Atualmente, por meio de informações coletadas por radar e GPS (via satélite), o computador de bordo já dirige o carro praticamente sozinho, reduzindo a velocidade ou até mesmo realizando frenagem de emergência para evitar, acidentes; ou mesmo assumindo (ou tomando) a direção do motorista quando existe um perigo iminente e o sistema ?acredita? que o condutor não será capaz de sair da enrascada.