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Suzuki Adventure - Porque navegar é preciso...

Além de habilidade do piloto, disputa de regularidade exige muita atenção de quem lê as planilhas e orienta o caminho. Ambos devem estar em sintonia e manter a calma

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Quando se pensa em fora de estrada, a palavra adrenalina é a primeira que vem à mente: atravessar rios, matas fechadas, desbravar subidas e/ou descidas quase impossíveis. Mas numa disputa de regularidade a adrenalina é outra: paralelamente à habilidade para passar por tudo isso (ou não, já que muitas vezes as trilhas são de grau de dificuldade leve), é preciso dominar os nervos, ter muita calma para controlar o tempo e não exceder a velocidade e, acima de tudo, não errar o caminho. E quem determina grande parte de tudo isso é o navegador, que vai ao lado do piloto com uma planilha confusa, cheia de símbolos e de observações relacionadas à velocidade e ao tempo é responsável pela condução do caminho, que vai sendo decifrado ao longo do percurso. Qualquer distração de segundos é suficiente para por tudo a perder. A experiência foi vivida por equipe do caderno Vrum durante a terceira e última etapa do Suzuki Adventure 2011, que partiu de Belo Horizonte, no último sábado.

Não é à toa que a disputa é dividida em categorias. Da Pro, participam os profissionais, já experientes na competição e com nomes de peso como a designer e piloto de ralis Helena Deyama, não por acaso vencedora da prova, ao lado da navegadora Minae Miyauti. Na Fun, voltada especialmente para convidados e clientes da marca, competem os menos experientes e iniciantes na prática. Nesta categoria, destaque para as velejadoras Isabel Swan e Martine Grael, que trocaram temporiamente o mar pela terra. A largada (17 equipes da categoria Pro e 34 da Fun), um veículo por minuto, foi de restaurante na Avenida Raja Gabaglia, rumo à Nova Lima e Rio Acima, onde terminou o trecho de deslocamento e começou, de fato, a prova em estrada de terra, passando também por trilhas na região de Caeté e Raposos.

Para a equipe do Vrum foi cedido um Suzuki Jimny DDS, sigla que indica que o veículo foi preparado pela empresa de mesmo nome, especializada na modificação para o fora de estrada. O veículo manteve o motor original 1.3 de 85cv, mas foi encurtada a relação de marchas e modificado todo o sistema de suspensão (amortecedores, molas e braço) para garantir melhor estabilidade. Rodas e pneus foram substituídos por um atraente conjunto 235/85 aro 16. Tudo isso garantiu um vão livre de altura do solo de 35cm (16,5cm mais alto do que o original).

Prova foi disputada em quatro horas e meia pelas categorias Pro (profisssionais) e Fun (amadores) com os Suzuki Grand Vitara e Jimny

NA PROVA Na véspera, uma pequena aula de navegação, com exemplos de como se lê uma planilha, a senhora da prova, que só é conhecida no dia seguinte, minutos antes da largada. É ela que determina o percurso desconhecido dos participantes. A planilha é dividida em quadros e cada um corresponde a uma orientação de caminho, designada por uma tulipa (desenho que indica a pista: curva, reta, cerca, lago etc.) que, muitas vezes, muda em 10m, 30m, 50m. Quando o diretor de prova é “bonzinho”, observações na última coluna ajudam a decifrar as tulipas, mas nem sempre há tempo de ler.

O momento exato em que se passa por uma tulipa deve coincidir com a distância designada na primeira coluna da planilha e registrada pelo hodômetro do veículo, que deve ser zerado e aferido de tempos em tempos para reduzir a diferença (margem de erro) da planilha em relação ao indicado no painel do veículo. Qualquer patinada de roda na terra já é suficiente para dar diferença no hodômetro. A distância precisa também coincidir com o tempo, outra coluna da planilha, que tem que bater com o cronômetro, que é zerado no início da prova. Foram quatro horas e meia de competição.

A sintonia entre distância e tempo tem que ser tão perfeita quanto a existente entre piloto/navegador, pois é o que resulta na regularidade: perde menos pontos quem passar nos postos de controle no tempo exato e, para isso, tem que se desenvolver a velocidade média indicada. Quem percebe que está atrasado pode acelerar um pouco para se encontrar no tempo ou vice-versa, mas há pontos específicos da prova em que a dupla é avaliada e deve estar no tempo programado. São os chamados PCs (ou postos de controle) em que a hora do cronômetro precisa coincidir com a hora da planilha. Cada décimo de segundo de atraso é um ponto perdido; cada décimo de segundo adiantado são dois pontos perdidos. Os PCs também não são conhecidos dos participantes, que são monitorados por GPS o tempo todo e só ficam sabendo onde estavam sendo pontuados depois de concluída a prova.

Pouco? Não. Para manter tudo isso só não errando o caminho, maior desafio da leitura da planilha para a dupla Vrum de primeira viagem... Mas se o importante é competir, chegar ao fim do percurso já foi uma vitória.

 

PALAVRA ESPECIALISTA

 

Cenário ideal
Helena Deyama
piloto de rali

 

A Suzuki acertou em formatar trilhas diferentes para as categoria Pro e Fun. Em alguns momentos, os veículos se encontravam, mas as categorias tinham percursos diferentes e médias diferentes. Aqui em Belo Horizonte (as duas primeiras etapas foram em São Paulo e Santa Catarina) essa ideia foi mais bem aproveitada. Além disso, foram colocadas mais dificuldades para a categoria Pro. Os clientes gostam disso. Tudo isso foi facilitado em BH, que é o cenário ideal para esse tipo de prova.