Primeira da linha Mercedes-Benz ano/modelo 12/12, a SLK 250 foi lançada oficialmente na última terça-feira, mas já começou a chegar às concessionárias no mês passado, em versão única de acabamento, por R$ 249.900. O preço é justamente o motivo da mexida na linha SLK, cuja terceira geração havia acabado de chegar ao mercado brasileiro (junho do ano passado) e era comercializada nas versões 200, com motor 1.8 de 184cv, e 350 V6, de 306cv. A alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os importados, no entanto, iria encarecer e inviabilizar a venda, o que fez com que a montadora mudasse de estratégia e substituísse ambas as versões pela intermediária 250 1.8 turbo de 204cv. A 250 é mais potente que a 200 e chega com um pacote de equipamentos que, segundo a marca, possibilitou preço melhor do que custaria a 200 depois da alta do IPI. E para os amantes da esportividade ao extremo, a Mercedes-Benz tem uma boa notícia: a partir do meio do ano chega ao Brasil a terceira geração da SLK 55 AMG de 421cv.
ANDANDO
Com câmbio automático de sete marchas, a SLK 250 pode ser conduzida de três formas – esportiva (S), econômica (E) ou manual (M) –, que puderam ser testadas durante um percurso de 376 quilômetros pelo litoral paulista. Por razões óbvias, dirigir no modo S é mais divertido. A troca de marchas é feita em rotações mais altas e a resposta é imediata. Nada difícil de se imaginar em um carro que, segundo o fabricante, sai da inércia e vai aos 100km/h em 6,6 segundos. O modo econômico exige menos do motor, reduz o consumo e o nível de emissões e é mais indicado para percursos urbanos. A diferença é perceptível não só na resposta, mas também na troca de marchas, que fica quase imperceptível no modo econômico.
De quebra, pelo modo manual, é possível passar as marchas por meio de duas aletas nas laterais do volante. A do lado esquerdo reduz, enquanto a do lado direito aumenta as marchas. Nesse modo dá para brincar com outro mimo que a Mercedes preparou para quem gosta de sentir a esportividade: um ruído especial que soa quando a troca é feita acima dos 4.000rpm. O segredo está em um gerador sonoro, localizado próximo à borboleta do acelerador, que filtra as frequências do ronco do motor e as conduz para dentro do veículo por uma tubulação especial, produzindo um som com toque mais esportivo.
SEGURANÇA
Além de seis airbags (frontais, laterais e de joelho) e freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e controle de estabilidade (ESP), a SLK conta com o Neck-Pro, um sistema que desloca os apoios de cabeça em caso de colisão com o objetivo de reduzir o efeito chicote. Já o Attention Assist tem o objetivo de detectar a possibilidade de sono e emite um alerta sonoro (com um ícone de xícara de café no painel). Por meio de sensores, o sistema detecta se o motorista está há muito tempo sem acelerar, frear ou movimentar o volante. Quanto é esse muito tempo, no entanto, os executivos da montadora não souberam informar.
Já pensando no pedestre (e também na beleza), uma luz de LED no farol dianteiro permanece acesa mesmo durante o dia, para deixar o carro mais visível. LEDs também estão presentes nas lanternas traseiras.
Mas, ainda falando em segurança, a Mercedes-Benz repete na terceira geração da SLK o posicionamento da alavanca do limitador de velocidade no canto direito do volante, onde normalmente fica a dos indicadores de direção, que no modelo está localizada mais abaixo. Em manobras rápidas, como uma ultrapassagem ou mudança de faixa, em que as setas são primordiais, não é incomum tocar a alavanca errada. Resultado: além da manobra não ser indicada, corre-se o risco de o limitador “travar” o carro em velocidade muito baixa, comprometendo a operação. A boa notícia é que a marca pretende mudar isso em gerações futuras.
Dentro do pacote tecnológico, o destaque é o Parking Guidance: em velocidades até 35km/h, quando o veículo se aproxima de uma vaga, uma seta no painel indica se o espaço é suficiente. Sendo a decisão pela vaga, as setas vão auxiliando nas manobras.
DESLUMBRE
O conforto no interior da SLK não deixa a desejar à sensação de quem passeia no melhor estilo cabelos ao vento. O banco abraça o condutor e o espaço para as pernas é muito bom. Mas atrás dos bancos não sobra nem para a bolsa (a não ser que, a exemplo da repórter, o motorista tenha pouco mais de 1,50m de altura). O teto rígido retrátil permite que a SLK vá de cupê a roadster em poucos segundos e, para andar com a capota aberta, foram pensados até quebra-ventos em acrílico atrás dos encostos de cabeça, que devem ser virados lateralmente, de modo a reduzir a turbulência provocada pelo ar dentro do habitáculo. Nos bancos, o revestimento em couro tem tratamento especial para refletir os raios solares e reduzir o aquecimento. Aliás, com a capota aberta, o bronzeamento dos ocupantes também é de série e o protetor solar obrigatório.
Ficha técnica
Motor - 4 cilindros, turbo, com 1.796cm³ de cilindrada, de 204cv a 5.500rpm e torque de 31,5kgfm entre 2.000rpm e 4.300rpm
Câmbio - 7G-Tronic Plus (automático, com sete marchas)
Aceleração - 0/100km/h em 6,6 segundos
Velocidade máxima - 243km/h limitada eletronicamente
Dimensões - 4,134m/2,006m/1,303m
Porta-malas - 225l (capota aberta)/335l (capota fechada)
(*) A jornalista viajou a convite da Mercedes-Benz do Brasil.