No seleto segmento de automóveis de alto luxo, uma marca se destacou no passado. Trata-se da americana Duesenberg, fundada pelos irmãos Frederick e August, em 1913, na cidade de Saint Paul, Minnesota. A história dessa marca se divide em duas fases: a primeira, quando era controlada pelos irmãos Duesenberg; e a segunda, depois de ser adquirida pelo milionário Errett L. Cord, dono de um império industrial que reunia as fábricas de automóveis Cord e Auburn.
Apesar de terem sido produzidos por um curto período, os Duesenberg entraram para a história como os únicos automóveis americanos a conquistar uma vitória em um GP europeu, como detentores do recorde mundial de velocidade para veículos terrestres e pelo título de carros mais velozes, mais potentes e mais caros dos Estados Unidos. Na fase de Frederick e August, os carros Duesenberg chamavam a atenção pelos cuidados na construção e preocupação com segurança e dirigibilidade.
Competições
Depois da vitória no Grande Prêmio da França de 1921 e de importantes participações em Le Mans e Monza, os automóveis Duesenberg chamaram a atenção de Errett Lobban Cord, que havia acabado de comprar a Auburn. Mas ele queria ter uma marca que produzisse automóveis de prestígio e apostou todas as suas fichas adquirindo a Duesenberg.
Sob a direção de Cord, a empresa lançou o Duesenberg J, do qual foram produzidas 470 unidades entre 1928 e 1937. O modelo foi feito para competir com outros de alta classe, como Isotta Fraschini tipo 8 A, Rolls-Royce Phantom II e Hispano Suiza 12 cilindros. Suas linhas de carroceria não eram das mais sofisticadas, mas o Duesenberg J superava a concorrência pela modernidade do projeto, que proporcionava desempenho impecável.
Oito canecos
Com chassi rígido, excelentes sistemas de suspensão e freio e um poderoso motor de oito cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro, 6.882 cm³ e 260 cv de potência. Com muito torque disponível em baixas rotações, esse motor proporcionava acelerações fortes e ótimo desempenho.
Um Duesenberg J, encarroçado por Murphy, em 1931, foi destaque no concurso de elegância em Amelia Island, na Flórida (EUA). O exemplar, que já havia recebido o título de "Best of show" em outros eventos, foi leiloado por US$ 2,64 milhões, quantia que revela sua raridade e importância histórica. Trata-se de um cupê conversível, de linhas esportivas, que, apesar da idade, ainda pode chegar aos 177 km/h. Um carro para poucos, em todos os sentidos.