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Setor duas rodas cresce em Minas Gerais

Estado é o segundo maior consumidor do país. Facilidade de compra e falta de fiscalização aumentam número de inabilitados

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Previsão para 2012 é de que o segmento de veículos duas rodas cresça 5%

Quinto maior produtor mundial de motocicletas, o Brasil se vê diante de um mercado que não para de crescer, atraindo a atenção de diversas empresas que em 2011 investiram R$ 325 milhões. A previsão para 2012 é de que o segmento de veículos duas rodas cresça 5%. O número pode parecer pequeno, mas o setor acumula crescimento contínuo há pelo menos 12 anos. As vendas de veículos duas rodas cresceram 309% entre 2000 e 2010, enquanto as de automóveis subiram 118% no mesmo período.

As exportações de motos também deverão dar um salto de 34% em 2012. México e Argentina são os principais compradores das motos brasileiras. Essas informações foram divulgadas ontem, pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), na abertura da Motofair, que vai até domingo no Expominas, em Belo Horizonte. O Estado de Minas é um dos apoiadores do evento e montou um estande com a marca Vrum, onde os visitantes poderão participar de uma roleta de prêmios, pegar uma chave na urna e tentar dar a partida em uma Yamaha Factor 0km. Se o motor ligar, o felizardo leva a moto para a casa.

O mercado aquecido acarreta em problemas que driblam o setor público. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número de motos em Minas é 18% maior do que o de habilitados a guiá-las. A ampla oferta de modelos de baixo custo e o crédito fácil também encoraja os mineiros a pilotarem sem habilitação. Das motos vendidas no ano passado, 52% foram financiadas, 27% foram por consórcios e apenas 21% foram à vista. A frota flex nacional já representa 46% das vendas do país.

O brasileiro, situado em área rurais, têm trocado o veículo de tração animal pela motocicleta por comodidade, eficiência e mobilidade que os animais não oferecem. “Já em Minas é uma série de fatores que incentiva o uso da moto por inabilitados, como o deslocamento fácil e a falta de fiscalização em algumas regiões”, explica José Eduardo Gonçalves, diretor executivo da Abraciclo.

Em São Paulo, onde a frota ultrapassa 4 milhões de motocicletas, algumas medidas estão sendo tomadas para tentar frear a disparada dos acidentes no trânsito, entre elas o investimento em equipamentos para fiscalização da velocidade.

Invasão chinesa

A China é o país de onde vem a maior parte das motos importadas. Somente em 2010 foram 123.991 unidades, contra apenas 5.803 motos vindas do Japão, nosso segundo maior exportador e de onde vem a maior parte das motos esportivas e de luxo vendidas no Brasil.