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Séries especiais: veja as 10 mais icônicas da indústria nacional

Os fabricantes capricharam nesses modelos, que marcaram época devido às exclusividades

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Aerofólio e emblemas identificavam o Monza 500 EF, uma das séries especiais mais icônicas da Chevrolet
Aerofólio e emblemas identificavam o Monza 500 EF, uma das séries especiais mais icônicas da Chevrolet Foto: Aerofólio e emblemas identificavam o Monza 500 EF, uma das séries especiais mais icônicas da Chevrolet

Os fabricantes utilizam o conceito de série especial de diferentes maneiras. Em alguns casos, o veículo recebe apenas um emblema de identificação e já entra no mercado com um dito diferencial. Outra estratégia comum é tomar uma versão intermediária como base e equipá-la com alguns itens a mais, sem pesar muito no preço. Porém, eventualmente, surgem algumas edições excepcionais, que se tornam memoráveis.

Carros que honraram o conceito de série especial

E o listão de hoje é justamente sobre esses modelos: o VRUM enumerou 10 carros nacionais que ganharam séries realmente especiais. Muitas delas receberam equipamentos exclusivos e até alterações mecânicas: todas marcaram época. Confira o listão!

1- Chevrolet Monza EF 500

Monza Classic série especial EF 500, em homenagem a Emerson Fittipaldi
Série especial EF 500, do Monza, fazia referência a Emerson Fittipaldi

A gama Monza teve várias edições de tiragem limitada, entre as quais a High Tech, de 1993. Porém, a mais caprichada foi a EF 500, de 1990: era uma versão Classic - a top de linha - ainda mais sofisticada, com direito a bancos em couro, aerofólio e até a motor com injeção eletrônica, que elevava a potência para 116cv.

Na ocasião do lançamento, a Chevrolet anunciou a produção de 5.000 unidades do Monza 500 EF, com carrocerias de duas e de quatro portas. O nome da série especial era uma homenagem ao piloto Emerson Fittipaldi, que havia vencido as 500 Milhas de Indianápolis no ano anterior. Aliás, cerca de duas décadas depois, o fabricante voltou a homenagear o piloto brasileiro, com uma edição limitada do Omega.  

2- Chevrolet Opala Diplomata Collectors

Chevrolet Opala Diplomata Collectors
Série especial Collectors marcou a despedida do Opala, em 1992

A série especial mais icônica que o Chevrolet Opala já teve foi justamente a última: a Collectors, que marcou a saída do modelo do mercado, em 1992, após 24 anos de produção. Disponível para a versão top de linha Diplomata SE, vinha sempre com motor 4.1 de seis cilindros e câmbio automático. Diferentes fontes informam os números de produção, que variam entre 100 e 200 exemplares.   

O Collectors nem era tão mais equipado que um Diplomata comum: trazia, além dos emblemas, um certificado, um chaveiro banhado a ouro e um fita de vídeo VHS com a história do modelo. Ainda assim, entrou para a história por ter sido a primeira série especial do Brasil a marcar a despedida de um carro. Posteriormente, a própria Chevrolet repetiu a dose com as edições Collection de Vectra, Zafira e Meriva.

3- Fiat Oggi CSS

Fiat Oggi CSS preto de frente estacionado
Oggi CSS tinha muitas exclusividades em relação às versões convencionais

O que não faltava ao Oggi CSS era exclusividade: foi o único membro da gama 147 a oferecer um motor 1.4, o de maior cilindrada até então. Consequentemente, também foi o modelo mais potente dessa linha, com 78cv. Câmbio, suspensão e até a caixa de direção tinham características próprias. Claro, não faltavam exclusividades também no acabamento, entre as quais bancos e volante esportivos. 

Na verdade, a Fiat lançou a série especial CSS (sigla de Comfort Super Sport) para conseguir homologar o Oggi no campeonato Marcas e Pilotos, que só aceitava automóveis produzidos em série. E não foi além do mínimo exigido pelo regulamento: a produção somou apenas 300 unidades.  

4- Fiat Stilo Blackmotion 2.4

Fiat Stilo série especial Blackmotion de frente
Pouquíssimas unidades do Stilo Blackmotion receberam motor 2.4

O Fiat Stilo Blackmotion, por si só, já é interessante, mas alguns exemplares dessa série especial, lançada em 2009, são ainda mais atraentes. É que a maioria dos veículos trazia o motor 1.8 de quatro cilindros, porém o vigoroso 2.4 de cinco pistões chegou a equipar alguns deles. Muito poucos: as estimativas apontam que não mais de sete exemplares foram produzidos com a mecânica mais potente, de 167cv.

Independentemente da motorização, o Stilo Blackmotion fazia bonito nos equipamentos. O conteúdo incluía ar-condicionado com duas zonas de temperatura, bancos em couro e até teto solar Sky Window. Isso, sem falar na pintura preta e nas rodas de 17 polegadas em grafite. O pênalti ficava por conta do câmbio automatizado Dualogic, que vinha de série nas unidades com motor 1.8.

5- Fiat Uno série especial Grazie Mille

Fiat Uno série especial Grazie Mille de frente
Grazie Mille era recheada de equipamentos

Ao contrário de outros carros deste listão, o Uno Grazie Mille não dispunha de refinamentos mecânicos nem de motor potente: sob o capô, pulsava o 1.0 Fire de até 66cv. Ainda assim, é inegável que a Fiat caprichou na série especial, a começar pelo pacote de equipamentos, que incluía ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga leve e sistema de som com Bluetooth e subwoofer: itens, então, incomuns em carros populares.

O modelo também era cheio de detalhes, como conta-giros, pedaleira esportiva, tecidos exclusivos nos bancos, soleiras com o nome da série especial e forro de teto preto. Para completar, todas as 2.000 unidades vinham com uma placa numerada. A série especial Grazie Mille marcou o fim da produção do Uno, em 2013; nada menos que 29 anos após o lançamento, que data de 1984. De certo modo, em 2021, a Fiat repetiu a dose com o Uno Ciao.

6- Ford Escort XR-3 Fórmula

Ford Escort XR-3 Fórmula 1992
Amortecedores eletrônicos eram recursos então tecnológicos que equipavam o Escort XR-3 Fórmula

O Escort teve várias edições memoráveis no Brasil, como a Pace Car, de 1984, e a 75 anos, de 1994. Entretanto, a série especial que trouxe mais alterações em relação às versões convencionais foi a Fórmula, de 1992. Isso, graças à presença de um sistema ativo de suspensão, com amortecedores eletrônicos: ao toque de um botão, os componentes podiam ficar mais rígidos, para privilegiar a estabilidade, ou mais macios, com foco no conforto.

Os amortecedores eletrônicos eram uma baita sofisticação técnica, mas poucos sobreviveram: muitos proprietários acabaram instalando componentes convencionais quando foi necessário fazer uma substituição. De qualquer modo, essa solução inovadora acabou sendo a característica mais marcante do Escort Fórmula, até porque, no mais, ele não se diferenciava tanto do XR3: externamente, trazia apenas adesivos de identificação. O motor era o conhecido 1.8 de origem Volkswagen, com 97cv.  

O VRUM já dirigiu um Ford Escort XR-3 1992: assista ao vídeo!

https://youtu.be/ph46QBl-thU?si=YzS5r7IP3jAANQoO

7- Ford Landau série especial de 60º aniversário

Ford Landau de frente estacionado
Landau é o carro mais luxuoso que a Ford fabricou no Brasil

Um dos mais icônicos carros que a Ford fabricou no Brasil teve uma série especial pouco conhecida atualmente. O lançamento ocorreu em 1979, ano em que a Ford completava seis décadas de atuação no mercado: para comemorar, o fabricante deu ao top de linha Landau uma edição de "60º aniversário". A produção contabilizou apenas 300 unidades, todas na cor vinho.

Discreto, o modelo tinha só uma plaqueta de identificação na parte interna, afixada à tampa do porta-luvas. Tampouco a mecânica, composta por motor V8 302 de 197cv de potência bruta e câmbio manual ou automático, recebeu modificações. Ainda assim, o Landau 60º aniversário merece menção pelo pioneirismo: lançado em uma época em que séries especiais ainda eram raras, ele abriu caminho para outras edições limitadas da Ford, como o Escort 75 anos, de 1994 e Ka e EcoSport 100 anos, de 2019.

8- Volkswagen Gol Copa

Volkswagen Gol série especial Copa 1982
Primeira edição do Gol Copa foi a mais marcante

Quando o assunto é série especial, muita gente se lembra do Gol Copa. E não é por acaso: afinal essa edição teve três tiragens, nos anos de 1982, 1994 e 2006. Porém, a mais icônica é a primeira delas, lançada durante o mundial de futebol na Espanha e limitada a 3.000 veículos. Vale lembrar que o modelo teve várias outras edições comemorativas, incluindo a derradeira Last Edition.

Na época, a Volkswagen juntou tudo tudo que o Gol tinha de melhor para criar a edição Copa. Isso incluía o motor 1.6 refrigerado a ar - o mais potente da gama de então, com 66cv - e vários equipamentos, como faróis de neblina, rodas de liga leve e volante esportivo. Porém, o detalhe mais interessante era o pomo do câmbio em formato de bola de futebol.

9- Volkswagen Kombi Last Edition

Volkswagen Kombi last edition azul e branco de frente com porto ao fundo
Kombi Last Edition já nasceu como peça de colecionador

Eis uma série especial um tanto polêmica. Isso, por causa da decisão da Volkswagen de ampliar a tiragem de 600 para 1.200 unidades. Alguns dos compradores do primeiro lote de veículos chegaram a acionar a justiça. Mas o caso é que essa edição marcou o fim da carreira do modelo mais longevo do Brasil, cuja fabricação durou nada menos que 56 anos. Por isso mesmo, a Kombi Last Edition tornou-se icônica.

A indumentária incluía pintura bicolor em azul e branco, combinando com o estofamento e as cortinas das janelas, faixas brancas nos pneus e certificado de autenticidade. O motor é o 1.4 com refrigeração a líquido, de 80cv. Ainda hoje, é a mais lembrada das séries especiais da Kombi, que, essencialmente, sempre foi um veículo voltado para o trabalho: as demais foram a Prata, de 2005, e a 50 anos, de 2007.

10- Volkswagen Santana EX (série especial Executivo)

Volkswagen Santana EX de lateral estacionado
Santana EX tinha a mesma fórmula do Monza EF 500, com o qual concorria diretamente

Entre as edições memoráveis do Santana, como a Evidence, de 1989, e a Sport, de 1990, a mais caprichada, sem dúvidas, foi a EX (de Executivo), também lançada em 1990. A Volkswagen utilizou exatamente a mesma fórmula do Chevrolet Monza EF 500: simplesmente equipou o Santana com tudo o que era possível, inclusive com um motor 2.0 dotado de injeção eletrônica (o mesmo do Gol GTi).

O fabricante também fez alterações no câmbio, na suspensão e nos freios, para proporcionar dirigibilidade à altura da potência de 125cv. Deu certo: a série especial ficou bem mais afiada que as demais versões. Some-se a isso um par de bancos Recaro, aerofólio traseiro e rodas raiadas BBS, que completavam a atmosfera de esportividade. A produção limitou-se a 4.000 unidades.

Gosta dos carros da linha Santana? Então, assista ao vídeo de uma Quantum 1987:

https://youtu.be/KYUGitxkFtI?si=_hgrKpzSGSKAIRU2