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Sallen - Ferrari transatlântica

Conceito da marca americana troca força bruta dos carros dos EUA pelo refinamento próprio dos esportivos italianos e motor central

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Linhas limpas e angulosas, aliadas a luzes com LEDs, apontam a modernidade do projeto

Não são apenas as grandes marcas que buscam chamar a atenção do público pelos carros-conceito. Apesar da pouca freqüência, fabricantes menores também querem seu lugar ao sol entre os veículos de sonhos inatingíveis.

A Saleen é uma delas, sendo especializada na preparação de veículos Ford, sobretudo os Mustang, mas produz o cupê S7 em pequena escala. Apesar de estar com sua capacidade de produção quase esgotada, aproveitou o Salão de Nova York, que terminou domingo, para mostrar o conceito S55 Raptor. Não por acaso, a empresa escolheu mostra com número relativamente limitado de novidades.

O veículo é o primeiro a ser projetado pelo novo time de estilistas e engenheiros da Saleen, que conta com profissionais com experiência em projetos como os do Viper, Ford GT e a divisão SR/T da Chrysler. Para mostrar do que são capazes, a idéia com o Raptor era chegar a um esportivo um pouco mais sofisticado do que se costuma esperar dos exóticos norte-americanos. Ou seja, menos força bruta e mais requinte.

De acordo com o fabricante, o S55 pode competir de igual para igual com os esportivos italianos de melhor calibre. O estilo aliás, faz uma referência óbvia à Ferrari F430. Se tal semelhança é intencional, ou apenas fruto de necessidades práticas e aerodinâmicas, fica difícil saber. Mas também não é justo chamar o S55 de cópia.


As linhas são bem mais angulosas do que as da "rival" italiana, o que lhe confere aspecto mais contemporâneo. Outras dicas de que se trata de um veículo de projeto mais moderno estão nos faróis irregulares, que trocam os canhões de luz por uma série de LEDs. Outra diferença fundamental no estilo é a grade dianteira. Enquanto a Ferrari usa duas entradas, o S55 tem o radiador em peça única, como uma grande boca, pronta para o ataque.

Mas é no conjunto mecânico que o veículo da Saleen se distancia dos seus similares norte-americanos. No lugar dos monstruosos motores de sete ou mais litros, o S55 conta com um V8 5.0, cilindrada relativamente contida para um supercarro, que, com ajuda de dois sofisticados turbos de geometria variável, desenvolve 650 cv. É um pouco menor do que os 750 cv do Saleen S7, mas, novamente, o princípio que norteou o projeto do S55 foi sofisticação e não apenas da potência.

Outros aspectos do Raptor que indicam modernidade estão no uso de motor flex (E85, com 15% de gasolina e o restante de etanol ), na construção do chassi em alumínio reforçado e no câmbio automatizado de seis velocidades, com possibilidade de troca manual por aletas no volante.

A velocidade máxima é estimada em mais de 320 km/h e a aceleração até 100 km/h pode ser feita em 3,2 segundos. Apesar de ser, por enquanto, um conceito, a Saleen tem expectativa é de que o S55 Raptor chegue ao mercado em dois anos, custando cerca de US$ 185 mil.