De Paris - Conectividade é a palavra de ordem no salão, que abre as portas ao público neste sábado (04) e vai até domingo (19). Os executivos das montadoras parecem ter combinado ou adotaram discursos idênticos, pois os jovens não se importam tanto com os automóveis quanto a geração mais antiga (a minha). Para atraí-los, não bastam apenas volante, conforto, motor de alta performance e linhas sedutoras. Eles querem mais. Precisam estar plugados no mundo o tempo todo. Até o poderoso Carlos Ghosn, da aliança Renault/Nissan, não pensa duas vezes ao exaltar a conectividade nos modelos do grupo. Isso parece muito mais importante do que os atributos dos carros.
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A tendência de diminuir consumo, emitir poucos gases nocivos ao ambiente e de ter partes recicláveis de todo o conjunto, seja na lataria ou na mecânica, exige pesquisa contínua. É uma corrida que vai durar muito tempo. Cada um puxa a brasa para o seu lado ao anunciar modelos com mais facilidade para vencer a resistência do ar e que gastam menos nos postos de combustíveis. São anunciados consumos impensáveis há algum tempo, como 100km/l de combustível no conceito Eolab da Renault contra 50km/l dos conceitos da Citroën. Elas são rivais e a Citroen é o xodó dos franceses.
Além disso, a crise econômica mundial faz a indústria rever seus planos e as novidades, novos modelos, são limitados na mostra mais badalada do mundo. Afinal, Paris é o centro da moda e esta anda junto com o automóvel. Mesmo assim, os fabricantes concentram os esforços nos carros-conceitos. Testam o consumidor para saber a tendência do futuro com carrocerias exóticas e carros com propulsão elétrica e híbrida (motor elétrico e a combustão, seja gasolina ou diesel).
O que interessa ao Brasil
Os conceitos dominam o salão francês, mas os esportivos de alto desempenho estão expostos, como a nova Ferrari, o Lamborghini Asterion, a Mercedes AMG GT, entre outros. Há modelos que serão vendidos e até fabricados no Brasil, como o Jeep Renegade. Jaguar XE, Land Rover Discovery Sport, Mini 5 portas e a nova geração do Suzuki Vitara estão entre os muitos que rodarão em breve nas ruas brasileiras.
Há cenas curiosas no salão. A Toyota é a montadora que mais anuncia propulsão alternativas, como os híbridos plug-in ou não e até expôs aqui o sedã movido a celula a combustível, além dos carros totalmente elétricos. Entretanto, foi uma das poucas marcas a distribuir informação impressa em papel. Raridade no salão é encontrar material impresso. Estão virando raridade os pen-drives, substituídos apenas por um cartão de papel com o nome do site impresso. Trata-se de uma nova ordem mundial que vai se transformando aos poucos e quem ignorar será surpreendido.
Enquanto o automóvel não parar de rodar, o melhor é aproveitar a onda atual e saber o que está sendo feito em todo o mundo.